Museu de Santos terá exposição virtual em homenagem aos povos indígenas
Museu da Imagem e do Som de Santos (Miss) convidou alguns integrantes das comunidades indígenas para trazer seus olhares em fotografia
Na próxima segunda-feira (19), comemora-se o Dia dos Povos Indígenas. Como forma de homenageá-los, o Museu da Imagem e do Som de Santos (Miss) convidou alguns integrantes dessas comunidades para trazer fotografias com seus olhares.
A exposição virtualAbril Indígena no Miss terá início na próxima segunda-feira (19), nos perfis das redes sociais da Secretaria de Cultura (Secult).
O foco da mostra são três comunidades do litoral paulista, duas delas captadas pelas lentes de representantes das próprias comunidades e a última, por um antropólogo que registra as festas tradicionais na costa do Estado de São Paulo.
Na aldeia indígena Bananal, situada em Peruíbe, o cacique Ubiratã Gomes buscou eternizar as artes, usos e costumes, bem como a interação com o meio onde vivem. “Para mim, a fotografia é a arte de dizer com as lentes de uma câmera o quanto amamos a mãe natureza e toda sua expressão e beleza”, diz Gomes.
Já o fotógrafo Cleiton Werá, da aldeia Tabaçu, fotografou a cultura tupi-guarani e as práticas tradicionais. Werá é um dos morubixabas (cacique) mais novos. Aos 32 anos, vê a necessidade de registrar em imagens o legado construído para as futuras gerações.
Outro convidado foi o doutor em arqueologia, historiador e fotógrafo Plácido Cali. A Festa do Tataruçu Katu (Festa do Fogo Sagrado), na aldeia Tabaçu Reko Ypy, foi o trabalho apresentado. “A celebração constitui uma prática de resistência cultural indígena, pois reafirma sua cultura através de uma prática religiosa tradicional”, pontua Cali.
Outros convidados
Com a colaboração da assessoria de comunicação do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), foram convidados três profissionais de outras aldeias do País, ampliando o panorama de imagens que fazem parte dessa exposição fotográfica virtual.
Nelas se destacam a luta dos Guarani Mbya da Terra Indígena do Jaraguá, pelas lentes do jovem fotógrafo Richard Wera Mirim, jovem liderança do povo Guarani Mbya e morador da Terra Indígena Jaraguá, na Zona Noroeste da cidade de São Paulo. Segundo Wera, seu trabalho "busca despertar e incentivar mais jovens do meu povo a tomar iniciativas como a minha, de servir nossa comunidade nos campos da comunicação, fotografia e audiovisual, fundamentais para compartilhar com os não indígenas sobre história, luta, cultura e conhecimentos dos Guarani”.
Já da aldeia Pataxó Coroa Vermelha, localizada no extremo sul da Bahia, a fotógrafa Vanessa Pataxó traz memórias, vivências, festividades e eventos de lutas. “A fotografia é uma das formas que uso para expressar a luta de nós, povos indígenas do Nordeste, contada através do meu olhar enquanto indígena sobre minha cultura”.
A última parte da exposição traz a jornada indígena que percorreu 12 países da Europa, para denunciar as graves violações perpetradas contra os povos indígenas e o meio ambiente no Brasil, contada pelo comunicador indígena Eric Marky Terena.