Festival de Inverno de Campos do Jordão terá 84 concertos

Investimento será de R$ 6 milhões, valor que será pago integralmente pelo Governo do Estado, sem Lei Rouanet

Por: Redação  -  08/06/22  -  10:09
O maestro santista Gilberto Mendes será homenageado, marcando seu centenário de nascimento este ano
O maestro santista Gilberto Mendes será homenageado, marcando seu centenário de nascimento este ano   Foto: Alberto Marques

O Festival de Inverno de Campos do Jordão terá 84 concertos e vai receber 142 alunos entre os dias 2 e 31 de julho. As atividades pedagógicas serão realizadas em São Paulo e os concertos ocorrerão tanto na Capital como em Campos do Jordão. O investimento total é de R$ 6 milhões, valor que será pago pelo Governo do Estado, sem utilização da Lei Rouanet.


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Segundo Marcelo Lopes, diretor executivo da Fundação Osesp, gestora do festival, isso se deu por complicações geradas pela instrução normativa da lei publicada, em fevereiro, pela Secretaria de Cultura federal.


“Ela torna mais difícil a operação de projetos como a Osesp ou o Festival de Campos do Jordão, que trabalham com planos anuais. O segundo problema tem a ver com a burocratização: os sistemas de gestão têm apresentado problemas e isso nos impede de utilizar recursos que foram captados e não estão liberados.”


Segundo a secretaria, 90% dos concertos serão gratuitos. Em Campos do Jordão, eles vão acontecer no Auditório Claudio Santoro, no auditório do Parque do Capivari, no Palácio Boa Vista e na Igreja Santa Terezinha. A Sala São Paulo e a Sala do Coro serão os palcos do festival em São Paulo. O Palácio Boa Vista vai abrigar também uma exposição em parceria com a Fundação Bienal de São Paulo.


A abertura será feita pela Osesp, que vai se apresentar no dia 2 com o maestro Thierry Fischer e o pianista Jan Lisiecki. O grupo faz mais dois concertos: o primeiro, com Fischer regendo a Sinfonia nº 2 de Sibelius; o segundo, com Giancarlo Guerrero interpretando o Concerto para violino de Francisco Mignone e a Cantata Criolla do compositor venezuelano Antonio Estevez.


A Orquestra do Festival, formada por alunos, também vai realizar três programas distintos. O primeiro é o bicentenário de Cesar Franck, de quem será tocada a Sinfonia, sob regência do turco Çen Mansur.


Mendes
Outro destaque é a homenagem ao centenário de nascimento do maestro santista Gilberto Mendes, falecido em 2016. Será dia 23 de julho, um sábado, às 20h30, no auditório Claudio Santoro, com a Orquestra do Festival, regida por Neil Thomson, interpretando o concerto Santos Football Music.


Mudança de perfil
Fabio Zanon, diretor pedagógico do festival, chama atenção para a mudança, com o tempo, do perfil do aluno de música. “É difícil de calcular o impacto que o festival tem na vida dos alunos. O perfil mudou muito. Trinta, quarenta anos atrás, eles vinham de classe média. Hoje, a vasta maioria vem de projetos sociais, de igrejas, de bandas, então o perfil social é muito mais variado. O festival gera alternativas profissionais para esses alunos, oportunidades que há 50 anos não existiam.”


A primeira semana será dedicada à preparação da música de câmara que será apresentada ao longo do mês na Sala do Coro na Sala São Paulo. Zanon chama atenção para a integral dos choros de câmara de Villa-Lobos, além de obras de Camargo Guarnieri, Francisco Mignone, Lorenzo Fernandez e Edgar Varèse.


A maior parte dos professores vem da Osesp e das orquestras brasileiras. Foi fechada parceria com as Juventudes Musicais de Gênova, na Itália: de lá virão maestro e cantores para trabalhar com a Orquestra Jovem do Theatro São Pedro em um programa com obras de Verdi, Mascagni, Puccini e Carlos Gomes.


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