Fernanda Abreu relembra os tempos de Blitz e fala de show com Supla e Ritchie em Santos

Apresentação deste sábado (23) conta ainda com a Orquestra Sinfônica de Santos e Phillippe Seabra

Por: Natalia Cuqui  -  21/07/22  -  10:11
Atualizado em 23/07/22 - 11:14
Da Blitz ao palco da Praça Mauá, a celebração ao rock dos anos 80
Da Blitz ao palco da Praça Mauá, a celebração ao rock dos anos 80   Foto: Reprodução/Instagram

Uma das grandes bandas precursoras da cena pop rock brasileira é a Blitz. Com o hit Você Não Soube Me Amar, o grupo fez um sucesso gigante nos anos 80 e as músicas tocam até hoje. Fernanda Abreu fez parte desse sucesso e, neste sábado (23), se apresenta ao lado de Supla, Phillippe Seabra e Ritchie no projeto Clássicos do Rock, com a Orquestra Sinfônica de Santos.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


“A Blitz abriu portas para uma geração que vinha fazendo música na garagem. É indiscutível a importância da banda na Música Popular Brasileira. E, para mim, costumo brincar que foi ginásio, faculdade, mestrado e doutorado. Toda a relação que aprendi com a banda foi muito importante quando fui para a minha carreira solo. Primeiro, porque eu já tinha vivido um sucesso muito, muito grande, então não tinha tanta expectativa, queria fazer uma carreira solo consolidada. Segundo, porque fui com muita propriedade, conhecimento do showbusiness. Foi fundamental”.


Para a cantora, o ambiente musical foi, e continua sendo, muito masculino. Há mais homens músicos em estúdios, roadies e produtores na estrada. A cena, porém, tem tudo para virar a chave. “Acho que as mulheres estão cada vez mais conquistando espaço, e não só na música, mas na sociedade em geral”.


Domínio pop
Para Fernanda, é evidente como, principalmente no pop, mulheres dominam a cena. Ela lista as colegas Anitta, Ludmilla, Luísa Sonza, Duda Brack, Iza e Duda Beat. “Fiz um evento em Brasília, sábado passado, e já vi muito mais mulheres no backstage. Acho que é muito importante isso que está acontecendo, é um movimento sem volta, a gente vai cada vez conquistar mais espaço”, celebra a artista, que afirma ter passado por “incontáveis episódios de machismo” ao longo de sua carreira.


A eterna garota sangue bom afirma ter como referência a música negra brasileira e mundial e celebra a alegria de voltar aos palcos, atividade na qual tem focado desde o último ano, quando os shows presenciais foram retomados, após a fase mais crítica da pandemia.


“Senti muita falta nesses dois anos. Em 40 anos que subo no palco, não me lembro de ficar longe do palco por mais de quatro meses, nem na época em que fiquei grávida e estava amamentando. Foi muito doloroso ter ficado esse tempo todo fora do palco e tem sido maravilhoso voltar. Eu sou realmente um bicho de palco, nada se compara ao contato com a plateia”.


Para o próximo ano, os projetos da artista incluem um disco de samba, um documentário e um álbum de feats com novas cantoras, chamado Garotas Sangue Bom. “Um disco feminino e feminista”, reforça ela.


Algumas das artistas que podem fazer parte desse projeto são Anitta, Céu, Iza e Glória Groove. “Elas foram muito simpáticas à ideia, porque de certa maneira virei a mãe do pop dançante brasileiro, né? Mas tudo depende dos lançamentos delas, da carreira delas, a gente ficou de realmente retomar esse assunto”.


Para a apresentação de sábado na Praça Mauá, que é gratuita, no Centro de Santos, Fernanda afirma que cantará duas músicas escolhidas por ela: uma da Blitz e uma de Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso, músico que ela considera um “grande parceiro, irmão e contemporâneo dos anos 80”.


Logo A Tribuna