What If: nova série reflete existencialismo enquanto explora o multiverso Marvel

Na contramão de outras franquias Disney, 'What If' deixa live action e encontra um respiro de criatividade na animação

Por: Bia Viana  -  21/08/21  -  10:05
 Peggy Carter torna-se a Capitã Carter em universo alternativo de Capitão América
Peggy Carter torna-se a Capitã Carter em universo alternativo de Capitão América   Foto: Divulgação

Imersa na dinâmica de realidades alternativas e linhas temporais articuláveis, a Marvel dá mais um passo rumo ao seu excêntrico multiverso com a série What If? — “E se”, em tradução livre —, lançada semanalmente no Disney+. Assim como sugere o título, a produção mostra o que poderia ter acontecido se determinados acontecimentos tivessem sido diferentes durante a trajetória dos filmes de heróis.


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Em alusão ao que vimos recentemente com a série Loki, o tempo se fortalece como protagonista e também pivô das próximas aventuras do Universo Cinematográfico Marvel (MCU) — literal e metaforicamente. A principal diferença é a nova roupagem da produção, sendo essa a primeira série Marvel feita no formato animação. A escolha gráfica, que confere mais possibilidades aos personagens, é uma opção valiosa para aumentar o potencial das histórias e dar escopo à imaginação, desapegando um pouco do universo construído no live action.


O primeiro episódio sugere uma mudança vital que afetaria todo o esqueleto dos filmes Marvel. Em “O Que Aconteceria Se... A Capitã Carter Fosse a Primeira Vingadora”, vemos uma reinvenção de Peggy Carter (Hayley Atwell). Ela toma o lugar de Steve Rogers (Chris Evans) e toma o soro que transformaria o soldado no Capitão América. Com essa inversão, ela se tornaria protagonista dos filmes e poderia ter dado rumos completamente diferentes para várias personagens, incluindo Bucky Barnes (Sebastian Stan), que teria um caminho diferente do que o levou a tornar-se o Soldado Invernal.


Subvertendo as próprias escolhas, a série também emenda as discussões de protagonismo e representatividade que vem tentando estimular com seus novos filmes. Além de Peggy vencer o machismo enquanto combate o crime, no episódio seguinte, “O Que Aconteceria Se... O T'Challa Fosse o Senhor das Estrelas?”, toda a história de Guardiões da Galáxia teria um novo conceito com o Rei de Wakanda assumindo a liderança. Vale ressaltar a importância da homenagem a Chadwick Boseman, falecido em agosto do ano passado.


A antologia é narrada por Uatu, o Vigia (Jeffrey Wright), personagem dos quadrinhos que influencia em acontecimentos marcantes nas histórias dos Vingadores e X-Men. Vários atores originais dos filmes reprisam seus papéis na dublagem, tornando a transição o mais natural possível. Com nove episódios, a série compõe a quarta fase do MCU, inciada pela série WandaVision e programada para o lançamento de mais produções televisivas e cinematográficas até 2023.


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