Sucesso na web, humorista Vittor Fernando fala sobre a carreira e visitas ao litoral de SP

Atualmente, os perfis do ator nas redes sociais ultrapassam 17 milhões de seguidores

Por: Bruno Almeida  -  31/08/21  -  10:51
 Vittor Fernando tem uma produção econômica: adereços que encontra em casa e filtros, disponibilizados pelas próprias redes sociais
Vittor Fernando tem uma produção econômica: adereços que encontra em casa e filtros, disponibilizados pelas próprias redes sociais   Foto: Reprodução/Redes sociais

O ator e dançarino Vittor Fernando, de 27 anos, se desesperou quando soube que as atividades artísticas teriam de ser paralisadas com o avanço do novo coronavírus, em março do ano passado. Hoje, a criatividade de quem sempre viveu de arte ficou acumulada com o cancelamento de projetos e foi estimulada durante o período de quarentena a ponto de virar a principal fonte de renda do morador de Poá, na Região Metropolitana de São Paulo. Atualmente, seus perfis ultrapassam 8 milhões de seguidores no caso do Instagram e 9 milhões no TikTok, rede social que exibe vídeos curtos e editados, boa parte com conteúdos de comédia que rapidamente viralizam, ou seja, se tornam sucesso.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Se você passou algum dia nas redes sociais neste último ano, provavelmente se deparou com algum material postado por Vittor Fernando. Agora humorista, ele cria conteúdos principalmente em vídeo. Entre os temas, a vida do jovem adulto, relações com amigos e família, internet, trabalho... tudo com muitos filtros que distorcem a voz e o rosto de Vittor.


Essa é praticamente a única produção em que ele investe. Com o sucesso alcançado, ele trocou o celular para um com uma câmera melhor e comprou umaring light (círculos iluminados usados por produtores de conteúdo em vídeo), mas todos os planejamentos e gravações são feitos da maneira mais simples possível: com adereços e objetos que encontra em casa. Camisetas viram os cabelo, por exemplo.


 Vittor Fernando já trabalhou em teatros antes de se dedicar à internet
Vittor Fernando já trabalhou em teatros antes de se dedicar à internet   Foto: Arquivo pessoal

“Acabei criando uma característica para mim, uma linguagem a partir do improviso. Até queria ter uma produção maior, mas como na época não tinha muita coisa, pegava o que via pela frente e foi surgindo essa linguagem. Um dia até posso investir mais, colocar uma peruca, mas por enquanto eu a mantenho porque gosto do improviso. E isso incentiva outras pessoas a criarem conteúdo com o que elas têm, sem precisar investir um super dinheiro”, conta Vittor.


Das criações, sem dúvida, a mais querida pelo público e pelo autor é a personagem da mãe, que aparece com frequência nos vídeos. “Ela é muito inspirada na minha mãe e todas as mães são muito parecidas em muitos aspectos”, diz ele. Por conta da dificuldade financeira causada pela pandemia, saiu do apartamento onde morava e voltou para a casa de sua mãe. Após o retorno financeiro que os vídeos com na internet trouxeram, voltou a morar só.


Carreira
Anos antes do estrelato digital, Fernando já se dedicava às artes. Além de ator, por muito tempo foi dançarino e competiu em diversos festivais. “Balé clássico, jazz... E quando era mais novo inclusive viajava para competir. Já fui até o festival de dança em Santos. Quando era muito novo, fugia do alojamento com amigos para ir à praia”, lembra. Ele promete nova passagem por palcos caiçaras para espetáculos, “quando a pandemia passar”, e, sem dar muitos detalhes, diz ter um projeto “muito legal” ainda para este ano.


Enquanto isso, a internet ganha toda sua atenção. No início, os conteúdos foram criados porque ele se sentia triste. Morando só, era uma distração. “Abrir minhas redes hoje e ver todo o sucesso faz eu me sentir abraçado”, conta. No fim de 2020, ele tinha quase 4 milhões de seguidores no TiKTok e 1,5 milhão no Instagram. Abalado com o novo coronavírus porque ajudava a família financeiramente, o cenário, aos poucos, mudou. “Estou mais tranquilo, tanto por estar trabalhando, quanto pelo avanço da vacinação. Até comia álcool gel no começo”, brinca.


Acaso
“Fui para a internet quando precisei parar com o teatro. Foi uma das áreas mais prejudicadas porque conta com uma grande equipe por trás e todo o elenco. Entrei ‘de bobeira’ na internet mesmo”.


Mãe inspira uma das personagens
Para Fernando, o meio mais prejudicado na pandemia com certeza foi o artístico. Ainda assim, acredita que muitos se reinventaram de várias formas neste período de isolamento social. “É uma satisfação alcançar tanta gente num período tão difícil. Me sinto muito privilegiado. Sei que o sucesso na pandemia não aconteceu com todos os artistas, então fico muito feliz de poder fazer arte nessa loucura toda, poder trabalhar traz muita satisfação”.


 Ator e bailarino já teve passagens por Santos, em festivais de dança
Ator e bailarino já teve passagens por Santos, em festivais de dança   Foto: Reprodução/Instagram

O ator conta que, quando começou, em março do ano passado, produzia para desconhecidos no Tiktok. “Quando percebi, havia marca me contatando, vi que viraria profissão”, explica ele, que não aceita qualquer tipo de trabalho. “Já recusei fazer propaganda para algumas marcas que acredito não terem a ver comigo ou com meu público. A gente fica tentado com qualquer contato que envolva dinheiro, afinal temos que pagar nossas contas, né? Mas quero fechar trabalhos com empresas em que acredito”.


Fernando lamenta, ainda, os ataques que artistas sofrem de todas as formas, ainda mais em tempos de polarização política. “A profissão já não é valorizada. Por isso, a gente tem que ser consciente na hora de votar, fazer melhores escolhas para não prejudicar o próximo”, diz.


Para quem não tem os mesmos milhões de seguidores e ainda luta para conseguir o sucesso, ele deseja sorte, afinal, já esteve do outro lado. “Mas a arte precisa existir sempre. O que seria da humanidade nesse período de isolamento sem arte?”. Para quem não tem os mesmos milhões de seguidores e ainda luta para conseguir o sucesso, ele deseja sorte, afinal, já esteve do outro lado. “Mas a arte precisa existir sempre. O que seria da humanidade nesse período de isolamento sem arte?”.




Logo A Tribuna