Show do Roupa Nova em Santos será uma das primeiras vezes da banda sem Paulinho

Após a partida de músico, a banda vem se reconectando com o público aos poucos

Por: Beatriz Araujo  -  12/09/21  -  06:50
Atualizado em 12/09/21 - 07:13
 Após a partida de Paulinho, a banda vem se reconectando com o público aos poucos
Após a partida de Paulinho, a banda vem se reconectando com o público aos poucos   Foto: Divulgação

Roupa Nova faz bodas de esmeralda: Paulinho, Ricardo Feghali, Serginho Herval, Nando, Cleberson Horsth e Kiko completam 40 anos de união pela música. Com dezenas de hits e a uma legião de fãs, o grupo, que segue na ativa, tem deixado seu legado para a música brasileira. Porém, em meio às comemorações, no final do ano passado as estrelas nos olhos do cantor Paulinho passaram a brilhar do céu, após ele falecer por conta da covid-19.


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Após a partida de Paulinho, a banda vem se reconectando com o público aos poucos - respeitando o espaço deixado pelo artista. Nesta retomada, aliada às flexibilizações com relação à pandemia, Santos será uma das primeiras cidades que a banda tocará presencialmente, ainda neste ano. Confira entrevista exclusiva dada ao jornal A Tribuna por Kiko, o guitarrista do Roupa Nova, em nome do grupo.


Santos será a primeira cidade em que vocês se apresentarão presencialmente neste ano?


Não será. Se Deus permitir, voltamos dia 29 de outubro em Curitiba. Mas também estamos ansiosos para voltar à Santos e retomar nossa agenda com segurança. Sempre fomos muito bem recebidos por toda galera de Santos e temos certeza que não será diferente dessa vez, com um pouco mais de emoção... foi muito tempo longe.


Foi difícil decidir dar esse passo de subir aos palcos sem o Paulinho?


O show em Santos será uma das nossas primeiras vezes sem o Paulinho. A cada apresentação sabemos que será uma emoção diferente. Foi difícil (decidir), porém temos certeza que o Paulinho está feliz. Era o que ele queria, que o Roupa Nova continuasse com o sonho que estamos construindo há 40 anos.


Ainda sobre o retorno aos shows, há algum receio por conta da covid-19? Por que decidiram prosseguir?


Em algum momento precisamos voltar! Todos nós estamos muito preocupados com a situação geral do País. Essa doença nos pega de surpresa a cada dia. Mas seguimos com fé de que até o nosso retorno as coisas estarão melhores. E, claro, os shows seguirão os procedimentos obrigatórios de cuidados conosco e, principalmente, com o público.


O Fábio Nestares (ex-integrante da banda Rádio Taxi), que tem os acompanhado nas últimas apresentações, seguirá cantando com vocês? Como vocês pretendem prosseguir com a formação do Roupa Nova?


Hoje o consideramos o sétimo Roupa Nova. Ele estará na estrada com a gente, com certeza. O Fábio Nestares vem representando muito bem, somando para a banda e respeitando um lugar que sempre foi e continuará sendo do Paulinho.


Ao longo desses 40 anos de Roupa Nova vocês passaram por muitas coisas. Mas vocês já haviam imaginado ficar longe dos palcos presenciais? Como tem sido essa experiência de adaptação para vocês?


Acho que ninguém esperava, ainda mais da forma que foi. Estávamos no Cruzeiro Energia na Veia, que fazemos todos os anos, bem no período em que foi decretado lockdown em algumas cidades. Não sabíamos o que era ainda e desembarcamos já sendo obrigados a seguir vários protocolos. É uma coisa doida de se pensar, né?! Em um dia estamos cantando para milhares de pessoas. No outro, e por quase dois anos, não cantamos pra ninguém presencialmente. As lives que fizemos até agora foram dez, mas nós amamos mesmo o calor do público e a energia que nossos fãs nos passam.


Levando em consideração toda a trajetória do grupo, vocês reconhecem o Roupa Nova como uma peça fundamental na história da música brasileira?


Olhando do ponto de vista de que somos a única banda brasileira que por 40 anos atuou ininterruptamente com os mesmos integrantes, teve diversos sucessos em trilhas de novelas e inúmeros hits cantados até hoje por diferentes faixas etárias, acho que podemos considerar que somos peças importantes na história da música, sim. É uma honra ver que nosso sonho, que começou lá nos anos 70, hoje é uma realidade linda.


De forma sincera, como foi conviver em conjunto todo este tempo, além da música em si?


Como em qualquer tipo de relacionamento. Nós convivemos por longos anos, muito mais do que com as nossas próprias famílias. Sempre existiu amor e respeito. Nós somos uma família que briga e se ama ao mesmo tempo.


E com o passar dos anos, com relação à produção musical, ficou mais fácil ou mais difícil fazer música?


Temos que ver a tecnologia como uma aliada às nossas produções. A parte boa de ter começado em outra época é que entendemos de tudo um pouco. Então o aprendizado e a evolução ficam mais fáceis. No começo, por exemplo, o baile nos permitia aprender e ousar nas músicas. Ampliou nossos aprendizados tanto de canto, na distribuição de vozes, como no desenvolvimento dos instrumentos.


Sobre o DVD de 40 anos do Roupa Nova, que agora foi adiado para 2022, o que ele simbolizará para vocês?


O DVD precisou ser passado para fevereiro do ano que vem para podermos seguir todos os protocolos que são exigidos, atualmente, no Rio de Janeiro. Como a gravação foi marcada quando ainda não havia pandemia, o formato de público e a venda de ingressos era diferente do permitido hoje. E então, para a segurança e cuidado de todos, decidimos junto com a Jeunesse Arena (local escolhido para o DVD) adiar mais uma vez, para que possamos realizar um espetáculo do jeito que estamos planejando, com o amor que essa comemoração dos 40 anos merece.


Agora, daqui para frente, em que rumo vocês esperam que o Roupa Nova prossiga?


Vamos continuar fazendo o que a gente ama, que é música! Continuaremos, se Deus quiser, nos palcos fazendo nossos shows pelo Brasil todo.


Serviço: 4 de dezembro, no Santos Convention Center (Pr. Almirante Gago Coutinho, 29 - Ponta da Praia). É obrigatório carteira de vacinação comprovando duas doses ou exame do tipo RT–PCR feito até um dia anterior ao show. É obrigatório o uso de máscara. O show será open bar. Ingressos disponíveis neste link , primeiro lote varia de R$ 100 a R$ 200. Instagram: @roupanova.


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