Senzala Hi-Tech não poupa tom crítico no primeiro trabalho

Grupo mistura diversos estilos musicais em 'Represença'

Por: Lucas Krempel & Da Redação &  -  22/08/19  -  13:23
  Foto: Jose de Holanda / Divulgação

Com bases no RAP futurista mescladas ao dub, samba, reggae e sons da África às Américas, o Senzala HiTech não poupa nada com o seu tom crítico em 'Represença', o primeiro álbum cheio da carreira.


Com dez anos de carreira, a banda tem em sua linha de frente o atleta olímpico de taekwondo Diogo Silva, medalhista de ouro no Pan de 2007. Aqui, ele é o vocalista e compositor.


“As músicas do 'Represença' são desse tempo, falam com o agora. As letras e o ritmo vão balançar as pessoas”, comenta o vocalista.


Com oito faixas, os nomes das canções já dão uma amostra do que vem pela frente. 'Bozolandia', a quarta do álbum, por exemplo, traz muitas críticas ao Governo Bolsonaro e à bancada evangélica, aliada do atual presidente.


“Esse governo é perturbador. Esse homem dá luz a tudo que assombra a humanidade. Nossa música é um antídoto para esse transe”, justifica Silva.


Produtor do Senzala HiTech, Minari reforça o discurso do vocalista. “Tentamos trazer pra discussão não só a luta do povo preto, mas de todas as minorias que, juntas, se tornam maioria. Essa busca por união e vontade de quebrar paradigmas me mantém instigado a fazer parte desse projeto”, reforça.


Sonoridade madura


Os dez anos de trajetória revelam uma maturidade sonora não muito comum em discos de estreia. A sonoridade não fica restrita às influências batidas.


“Temos muitas influências rítmicas. Os tambores são fundamentais em nossa construção. Escutamos muito Chico Science, Orquestra Afro-Brasileira, Lee Perry, Qtip, entre outros”, diz Silva.


Para chegar aos sons de 'Represença', a banda também contou com a participação de músicos experientes.


“O disco foi construído aos poucos, com carinho e consciência. Nosso produtor, Minari, foi muito intuitivo e estudioso, encontrando as melhores parcerias”. O disco conta com diversas participações como Duani (baixo e cavaco), Renata Jambeiro (voz), Raphael Gomes (violão), Didi (percussão), Daví Índio (baixo), Conrado Bruno (trombone de vara), Rodrigo Bento (sax barítono), Paulo Kishimoto (teclados), Natan Oliveira (trompete), Emílio Mizão (guitarra), Toca Ogan(percussão).


Além de Silva, o Senzala Hi-Tech tem em sua formação Junião (percussionista), MC Sombra (vocalista e compositor) e Minari (produtor musical).


Natural de São Sebastião (Litoral Norte, Silva, que hoje mora em São Paulo, comenta que a ligação com a música teve início em Campinas. “Ali foi a escolado RAP”.


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