Santos destina R$ 1 milhão para projetos culturais: 'Investimento necessário'
Em entrevista para A Tribuna, secretário de Cultura fala sobre os projetos e realizações da pasta
Atualizado em 15/07/22 - 15:00
![O secretário municipal de Cultura, Rafael Leal, falou sobre os projetos da pasta em Santos](http://atribuna.inf.br/storage/Variedades/Pop_&_Art/img3931884111817.webp)
Tinha uma pandemia no meio do caminho. Com o pior para trás, o que já era uma certeza tornou-se evidente: a profunda importância da Cultura, seja como fator de desenvolvimento social e econômico, mas sobretudo como ponto de apoio e alento, especialmente
As inscrições a projetos culturais dos interessados no Facult começam na quarta-feira, dia 20, e se estendem até 2 de setembro. Serão selecionados 50 projetos, cada um recebendo R$ 20 mil. Nesta entrevista, o secretário de Cultura santista fala da importância dos programas de fomento (há, ainda, o novo Promicult, em andamento; e o Concurso de Curtas-Metragens). Também fala sobre as adequações para a região receber verbas da Lei Paulo Gustavo – também de incentivo cultural, mas em âmbito Federal –, do imbróglio no Teatro Coliseu e das novas fábricas culturais.
Vem da renda da cultura, do aluguel de nossos teatros, da bilheteria do Carnaval, dos cafés. A gente arrecada, economiza o recurso, que volta para a Cultura. Nos últimos anos, também há uma parte do próprio orçamento, especialmente agora, com R$ 1 milhão. Na pandemia, com os teatros fechados, mantivemos o programa com o dinheiro apenas do orçamento.
O projeto é apresentado, passa por uma banca examinadora; se está adequado, a gente entrega uma carta de autorização de captação ao proponente. Com isso, ele vai atrás tanto do investidor pessoa física e jurídica, que pode apoiar o projeto por renúncia fiscal do ISS ou do IPTU. Tem outra particularidade 10% do valor arrecadado com o Promicult vai para o Facult. A gente quer criar oportunidades, o objetivo é esse. Com o Facult, a gente consegue ter uma radiografia cultural do momento: por exemplo, há tantos projetos de Literatura, outros tantos de Dança, Teatro, audiovisual etc.
A gente descentralizou. Hoje, o projeto funciona na Cidade inteira, com ramificações: Fábrica da Dança, do Audiovisual, que foram dois sucessos neste primeiro semestre. Ao todo, são 60 modalidades, com 6 mil alunos. A novidade para o segundo semestre, será o Fábrica do Carnaval e o de Arte Urbana, com mais cinco cursos, ritmista, mestre sala e porta bandeira e desenvolvimento de enredo. no Carnaval, e grafite e DJ, em Artes Urbanas. O início será em setembro, para o Carnaval e agosto, Artes Urbanas.
Vamos fazer uma escuta da classe artística, não só em Santos, mas regional. Eu sou coordenador da Câmara Temática de Cultura, da Agem (Agência Metropolitana da Baixada Santista). A gente propõe uma conversa regional para traçar ações, até porque não existe um muro entre Santos e São Vicente, por exemplo; o artista mora em uma cidade, se apresenta em outra. Mas a gente sabe que boa parte dos recursos da Paulo Gustavo vai para o audiovisual; ela ainda será regulamentada, haverá mudanças, ela está sendo discutida, o que é audiovisual, o que não é, e algumas eventuais mudanças ainda podem atrapalhar, pode gerar discussões.
Tudo que envolve o nome do Coliseu envolve obra e envolve polêmica. A gente nunca colocou recurso público em intervenções, a gente buscou parcerias para isso. Fizemos o telhado e o ar-condicionado; então, notamos que a fachada estava com problema, conseguimos verba do Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos, do Governo do Estad). Se for ver, o teatro nunca foi entregue em sua plenitude... o foyer, o terceiro andar, um restaurante que haveria...
A gente conseguiu inscrever o Coliseu em um dos maiores editais de Patrimônio Histórico do Governo Federal. Foram mais de 700 projetos do Brasil inteiro. o nosso está pré aprovado. Prevê investimento de R$ 25 milhões, e aí, sim, pela primeira vez, conseguiremos entregar o Coliseu em sua plenitude. Depois, vamos buscar um investimento contínuo, da iniciativa privada, para garantir a manutenção. Nosso plano é que o Coliseu seja um complexo cultural, abrigando toda a parte musical da Cidade, como a orquestra, por exemplo.