'Personagem passa por essa trajetória do herói', diz Rafael Cardoso sobre 'Salve-se Quem Puder'
Ator interpreta Renzo na novela das 19 horas da Rede Globo. Ele é pressionado por sua tia, interpretada por Guilhermina Guinle, e sua organização criminosa internacional
Rafael Cardoso está entre o bem e o mal com o personagem Renzo de Salve-se Quem Puder. Na novela das 19h da Globo, o sobrinho de Dominique (Guilhermina Guinle) é pressionado a ficar do lado da tia e sua organização criminosa internacional. No entanto, o rapaz se apaixonou por Alexia/Josimara (Deborah Secco) e hesitará sobre qual caminho trilhar durante o folhetim de Daniel Ortiz.
Na entrevista a seguir, o ator de 34 anos despista sobre o caráter de Renzo; fala do rótulo de galã e comenta, ainda, sobre mudanças na sua rotina de exercícios físicos para viver o personagem. Rafael também confessa de onde veio o desejo de ter uma fazenda, do motivo de ter desistido de ir embora do Brasil após ter sofrido um assalto e como mudou o ritmo de vida depois do susto.
Em Salve-se Quem Puder, você interpreta mais uma vez um personagem dúbio. É sua sina esse tipo de papel?
Não sei o motivo, mas esses personagens estão vindo e eu aceito. Renzo é um bon vivant. Foi deixado com dois anos de idade para ser criado pela tia, sumiu pai, mãe, todo mundo... Ele frequentou as melhores escolas, teve tudo do bom e do melhor, como carros, mulheres, comidas, até que começa a se envolver nos negócios da tia. E acaba nesse furacão de coisas, assassinato e se apaixona pela Alexia. Vamos ver o que vai acontecer nessa situação, que ele não sabe se ela está viva ou morta. É um personagem que passa por essa trajetória do herói.
Você acha que o público vai gostar do Renzo ou odiá-lo?
Acho que as duas coisas. A tia tem influência sobre ele até certo ponto, mas depois acho que não. Renzo nem chega a se virar contra ela, mas agirá da forma como ele quer.
Você se incomoda com o rótulo de galã?
Estou ficando velho, mas vamos correr atrás do tempo. O rótulo de galã não me incomoda e tenho que aproveitar, afinal depois passa e vou me tornar o ex-galã.
Na trama, Renzo tem cenas sem camisa e você apareceu mais forte. Mudou a sua rotina de exercícios por causa do personagem?
Estou mais forte a pedido da direção da novela. O Renzo é um cara que faz tudo o que eu gostaria de fazer se tivesse tempo. Vou para a academia com foco. Voltei a surfar quase todos os dias, vou correr, me obriguei a fazer essas atividades. Antes, eu malhava duas vezes por semana.
Está sendo boa essa mudança nas atividades físicas?
Foi uma coisa que se tornou quase que um vício bom pra mim. Comecei a brincar que virou o meu projeto 60 anos (risos). Quero chegar a essa idade bem. Poder correr atrás dos meus filhos, jogar um futebol com o Valentim, um vôlei com a Aurora.
E como é a sua alimentação? Você se tornou vegano?
Fiquei um tempo vegano, mas voltei a comer carne, porque sou gaúcho e pra mim é muito difícil ficar sem carne. Mas priorizo tudo o que eu produzo. A minha relação com alimentos é com tudo que tem na minha fazenda. Lá tem galinha, cordeiro, porco, fora toda a parte de leguminosas, de raízes e hortaliças. Eu crio, agradeço e uso com parcimônia.
De onde veio a ideia de comprar uma fazenda?
Da vontade de lidar com a terra mesmo. Eu ia para a fazenda com os meus tios, tive a oportunidade de ter essa convivência. Então, falei que queria proporcionar isso para os meus filhos. Aurora vai lá... No aniversário dela, pensei em chamar os amiguinhos da minha filha para ficarem na piscina, mas ela preferiu ir para a fazenda plantar. Pensei nesse dia que alguma coisa certa estava fazendo.
Você havia falado que estava se planejando para deixar o Brasil, mas mudou de ideia. O que aconteceu?
Eu passei por um trauma, um assalto violento. Graças a Deus não tomei nenhum tiro. Queria sair do Brasil, tanto que, na época da última novela, falei que estava gerando ferramenta para poder deixar o país, mas aí passou o trauma. Além disso, o meu filho Valentim nasceu e as coisas se harmonizaram. Percebi que a minha vida é no Rio de Janeiro mesmo, adoro trabalhar na Globo. Já tive convite da Netflix pra sair e fazer série fora, mas falei que não. Vamos ver o que o universo vai apresentar pela frente, mas a minha vida é aqui.
Você desacelerou depois do assalto?
Muito! Fora as novelas, eu tenho restaurante, fábrica de sucos, fazenda de orgânicos, torrefação de café. Não tenho WhatsApp. Eu deleguei tarefas, contratei pessoas específicas para gerenciar as operações de cada coisa para eu poder ficar livre. Mas também participo ativamente de algumas atividades.
