O melhor guitarrista nacional de 2021 é da Baixada Santista

Conheça Roberto Barros, músico é destaque de revista especializada em heavy metal e classic rock

Por: Mário Jorge de Oliveira  -  12/02/22  -  06:27
Atualizado em 12/02/22 - 09:46
Roberto Barros, da banda power metal Edu Falaschi, foi eleito o melhor guitarrista nacional de 2021, segundo leitores da revista especializada Roadie Crew.
Roberto Barros, da banda power metal Edu Falaschi, foi eleito o melhor guitarrista nacional de 2021, segundo leitores da revista especializada Roadie Crew.   Foto: Divulgação

Celeiro de talentos no meio musical, a Baixada Santista acaba de marcar mais um golaço: o guitarrista Roberto Barros, da banda power metal Edu Falaschi, foi eleito o melhor guitarrista nacional de 2021, segundo leitores da revista especializada Roadie Crew. A enquete contabilizou 15 mil votos.


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Roberto ficou com 13,59%, pouco mais de quatro pontos percentuais à frente do segundo colocado, Andreas Kisser, do Sepultura. “Acompanho essa votação há mais de 20 anos, sempre sonhei em participar, sempre vi grandes guitarristas participarem e sonhava em um dia estar ali”, diz o instrumentista. Confira a entrevista:


1) Roberto, como é ser escolhido como o melhor guitarrista do País em 2021 na enquete da revista Roadie Crew? O que isso representa para sua carreira?


Acompanho essa votação há mais de 20 anos, sempre sonhei em participar e sempre vi grandes guitarristas participarem. Sonhava em um dia estar ali naquela lista. Obviamente, pensando no business, é sensacional estar no topo de uma lista da revista mais consagrada de rock da América Latina e, na categoria mais disputada. Isso acaba me ajudando com novos contratos com marcas de instrumentos, novos alunos, trabalhos, enfim, é algo muito poderoso. Por exemplo, hoje em dia, sou o primeiro brasileiro a ser patrocinado pela maior marca de guitarras multi-scale (multiescalas) do mundo, a Ormsby Guitars. Para a empresa, é muito importante ver um artista da marca ter esse tipo de exposição, ajuda a promover mais ainda a companhia na América Latina, pois vou aparecer nas fotos com a guitarra. Ou seja, uma vitória dessa ajuda em todas as vertentes da minha carreira.


Mas, no meu interior, não fico pensando “ah, sou o melhor”. Jamais vou cair nessa bolha de ego.


A eleição para mim tem muito mais a ver com o carinho de muitos fãs que se conectam e conectaram com o trabalho que venho fazendo, principalmente no ‘Vera Cruz’ (disco mais recente da banda Edu Falaschi, lançado no ano passado).


Isso sim é muito poderoso, ter a admiração e carinho de tantas pessoas a ponto de ficar no topo de uma votação dessas em meio a tantos guitarristas incríveis.


2) Como foi a produção do disco e quais as expectativas da banda para esse trabalho?


Foi uma produção incrível, trabalhamos por 1 ano e meio, foi um disco muito complexo. Cada detalhe das músicas foi pensado de forma absurda e, graças a Deus, o resultado foi incrível. O disco ficou em primeiro lugar por meses na Amazon Japonesa, ganhamos nota máxima em vários sites especializados ao redor do mundo. E, nesta semana, ganhamos como disco do ano na eleição dos melhores de 2021, segundo os leitores da Revista Roadie Crew.


Além do disco do ano, ganhamos nas categorias: nas categorias vocalista (Edu Falaschi) e tecladista (Fábio Laguna). “E o baixista (Raphael Dafras) ficou em segundo lugar, quase gabaritamos (risos).” (Diogo Mafra, o outro guitarrista da banda, ficou em quinto lugar).


As expectativas são as melhores possíveis, no segundo semestre deste ano se tudo estiver realmente seguro em relação ao covid-19, começaremos a tour do ‘Vera Cruz’.


3) Como foi a recepção do álbum?


Foi ótima, na verdade não poderia ser melhor, como eu disse, tivemos ótimas resenhas ao redor do mundo, várias revistas e sites de todo o mundo deram nota máxima para o disco.


Foi um sucesso de vendas tanto no Brasil como em lugares como o Japão, onde esse estilo de rock é muito consumido. O disco já conta com mais de 3 milhões de streams somente no Spotify, que para uma banda de metal é superpoderoso.


4) A banda já tem outros trabalhos em vista?


No momento, não. O ‘Vera Cruz’ ainda é muito recente e vamos fazer a tour do disco.


5) Viver de música no Brasil é algo complicado, ainda mais em um cenário com predomínio de outros estilos, como o sertanejo, o funk etc. Como você vê a sobrevivência de músicos/bandas num contexto tão árido?


Sim, é realmente complicado, ainda mais em tempos tão difíceis como esses em que vivemos. Mas, acredito que existem várias fontes de trabalhos as quais os músicos podem atuar. O músico pode trabalhar como arranjador, produtor, sideman (músico contratado para gravar com um grupo ao qual ele não é um integrante), professor, criador de trilhas de filmes, colunista de revistas musicais e por aí, vai. Realmente, fácil não é e nunca será, mas acredito que as oportunidades de trabalho existem, só precisamos estar prontos.


6) Em 2018 e 2019, você já havia batido na trave, ficando em segundo lugar na escolha do melhor guitarrista pelos leitores da revista. Não faltam talentos na área. Por que num cenário tão adverso, em termos de projeção, o Brasil consegue revelar tantos talentos na guitarra?


Acredito que os brasileiros no geral são muito guerreiros. Tudo é tão difícil pra nós que acabamos por nos dedicar duas vezes mais, acredito que por esse motivo temos tantos talentos na música. Aquela coisa do “brasileiro não desiste nunca” acabamos por transformar todas as adversidades em uma força motriz.


7) O que te levou a tocar guitarra e quais os estilos que te influenciaram?


Aos 12 anos fui morar em Cuiabá porque meu pai foi transferido para uma empresa lá. Todos os garotos da rua na qual eu morava tocavam instrumentos e percebi que para eu me enturmar, precisaria aprender algum instrumento e foi assim que comecei, querendo fazer parte da banda dos amigos da rua.


O estilo que pegou meu coração à princípio foi o rock, aqueles solos do Slash (Guns N’ Roses) foram o grande pontapé para começar a tocar e estudar de fato a guitarra. Obviamente, ao longo da carreira foram surgindo novas influências tais como: jazz, música brasileira, fusion, música erudita etc. Tudo isso faz parte do meu DNA musical.


8) Você tem trabalhos paralelos aos da banda do Edu?


Tenho, sim. No momento estou gravando um disco instrumental em dupla com o renomado baterista, Aquiles Priester (também da banda Edu Falaschi). O álbum está na fase final e contará com algumas participações especiais. Além deste trabalho, estou compondo o meu álbum solo instrumental e também trabalho como professor e mentor de centenas de guitarristas brasileiros e estrangeiros.


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