Neighbourhood promete retorno às origens da banda

Com shows esgotados na Capital, banda californiana promete mais

Por: Caíque Stiva & Colaborador &  -  20/06/19  -  12:01
  Foto: Van Campos / Estadão Conteúdo

A banda americana The Neighbourhood retornou a São Paulo pouco mais de um ano após sua primeira passagem pela cidade, onde se apresentou no Lollapalooza de 2018 e fez um show solo no Cine Joia, dias antes do festival. Agora, mais experiente e com um set melhor desenvolvido, o grupo californiano se apresentou em duas noites do Tom Brasil e embalou a casa, que estava lotada nos dois shows.


Antes da primeira apresentação da banda, o baixista Mickey Margott e o guitarrista Jeremy Freedman conversaram com A Tribuna, nos camarins do Tom Brasil, e comentaram sobre a relação da banda com São Paulo, futuro do grupo e os trabalhos solo do vocalista Jesse Rutherford.


Inicialmente, The Neighbourhood tocaria apenas na sexta-feira em São Paulo. No entanto, a alta procura por ingressos fez o grupo abrir uma nova data, no dia anterior. As entradas se esgotaram em poucas horas.


A grande procura por ingressos tem explicação. De acordo com o Spotify, São Paulo é a cidade que mais escuta The Neighbourhood no mundo, com mais de 170 mil ouvintes mensais, seguida por Cidade do México e Los Angeles. Contudo, para Mickey Margott, a banda ainda não toca na Capital paulista com a frequência que gostaria.


“Sabemos que Nova Iorque, Los Angeles, São Paulo, Cidade do México e Chicago são as cidades que mais escutam a gente. Infelizmente, não temos uma relação bem estabelecida com a cidade de São Paulo ainda, porque é um esforço bem grande vir tocar na América do Sul. Gostaríamos de tocar aqui muito mais, especialmente por ser uma das principais audiências que temos. Mas, as vezes que tocamos aqui foram memoráveis e tivemos momentos maravilhosos”.


Atualmente, The Neighbourhood está em turnê para divulgar seus últimos três EPs, que formaram um álbum com as melhores faixas de cada. 'Hard To Imagine The Neighbourhood Ever Changing' traz uma mistura de influências de rock alternativo, synth e hip hop. Com ele, o grupo tem feito shows repletos de cores, intensidade e hits.


Apesar da mistura de estilos, a tendência é que The Neighbourhood tenha um som mais natural e com uma pegada mais rock n’roll nos próximos álbuns. De acordo com Jeremy Freedman, as primeiras conversas do grupo indicam que os trabalhos devem se voltar para um som mais orgânico no futuro.


“Diria que a banda vai se voltar um pouco mais para o rock n’roll no futuro. Pelas conversas que tivemos recentemente sobre novas músicas, sempre comentamos sobre o elemento banda. Porque nós temos tocado como uma banda que tem batidas de hip hop, mas que também tem sintetizadores modernos. Vamos tentar focar mais em tocar nossos instrumentos e fazer nosso som de forma mais natural”.


Um fator que pode influenciar essa volta às origens da banda é o projeto solo do vocalista Jesse Rutherford. Em abril, o frontman do The Neighbourhood lançou o álbum 'GARAGEB&', que mostra um lado um pouco mais RAP pop do músico. Para seus colegas de banda, o trabalho extra de Jesse é bom, não só para ele, mas para o grupo, porque deixa o artista livre para criar coisas novas, sem interferir no estilo do quinteto.


“Somos melhores amigos e saímos juntos toda hora. Ele nos mandou o álbum antes de lançar e nós pudemos ouvir com ele. Acho que o álbum mostra o que ele tem de melhor. É bacana vê-lo indo nessa direção. Ele passou a arriscar novos acordes de guitarra, passou a compor ainda mais. Isso tem o ajudado a virar o músico que ele sempre quis ser. E isso também ajuda a banda, já que ele pode deixar seu processo criativo fluir. Ele não precisa se preocupar”.


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