Mostra Internacional de Cinema de São Paulo volta em formato híbrido

Em sua 45ª edição, o mais antigo festival do audiovisual do País começa dia 21; há opções on-line

Por: Carlos Eduardo Oliveira*  -  12/10/21  -  07:29
 A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo é uma das mais tradicionais do mundo
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo é uma das mais tradicionais do mundo   Foto: Reprodução

Qualquer evento no Brasil de hoje que celebre a cultura e diversidade de pensamento é digno de veneração. Este ano, em sua 45ª edição de existência (e resistência...), a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, emblemático patrimônio cultural da cidade – mais antigo festival de cinema no País –, acontece em formato híbrido: de 21 de outubro a 3 de novembro, os segmentos Perspectiva Internacional, Competição Novos Diretores e Mostra Brasil apresentarão um menu de 264 filmes, de cerca de 50 países.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


A mostra ocorre em circuito de salas de cinemas (algumas, parceiras de longa data, como Petra Belas Artes, Espaço Itaú de Cinema e Cinesesc) e também nas plataformas Sesc Digital, Itaú Cultural Play e Mostra Play, todas acessíveis através do site.


Na prática, o formato híbrido significa um alcance mais amplo, nacional, até – em 2020, a 44ª Mostra já havia sido inteiramente digital. Durante as sessões nos cinemas, haverá intervalos entre um filme e outro para higienização dos locais e será obrigatório apresentar comprovante de vacinação. Vale ressaltar que nem todos os filmes apresentados presencialmente contarão com exibição on-line – a opção coube a cada produtor ou realizador das obras.


Anseio de normalidade Neste momento, a Mostra é necessária. Como oportunamente lembrou Renata de Almeida, diretora do festival, na coletiva de imprensa online de apresentação da edição 2021,


“Tudo começou com um monte de mentiras sobre a Lei Rouanet. Infelizmente, uma grande parte da população embarcou. Depois, vimos que o ataque não era apenas contra a cultura, mas também contra a ciência, a imprensa, a vida”, ressalta.


Dessa forma, a sempre bem-vinda pluralidade cinematográfica da Mostra, criada em 1977 pelo jornalista e crítico de cinema Leon Cackoff (1948-2011), é parte, neste momento, da panaceia contra o mal estabelecido. E, igualmente, uma tentativa de algum retorno à normalidade.


A seleção de filmes da Mostra 2021, como esperado, traz o apanhado do cinema contemporâneo impactado pela pandemia, que atingiu sem dó toda a indústria do entretenimento.


Como todo ano, o cinéfilo – de carteirinha, ou recém convertido – sabe o que encontrará no cardápio do banquete: estreias mundiais, exibições especiais (entre estas, O Rei da Noite, primeiro filme de Hector Babenco), longas premiados em grandes festivais (Berlim, Cannes, Sundance, Veneza), retrospectivas (este ano, homenageando o cineasta português Paulo Rocha), o amplo horizonte do cinema nacional que é a Mostra Brasil (com 40 títulos).


Não faltarão ainda alguns dos realizadores queridos do público da Mostra (Bruno Dumont, Marco Bellocchio, Tsai Ming-Liang). E, como sempre, toda atenção é pouca para a sempre reveladora seção Novos Diretores.


O pôster é a arte
O belo cartaz da 45ª edição foi criado pelo mestre Ziraldo. Paralelamente à programação de filmes, pelo quinto ano consecutivo a Mostra realiza, em parceria com o Itaú Cultural, o Fórum Mostra, círculo de discussões acerca de aspectos econômicos e sociopolíticos do cinema. Realizado virtualmente de 27 a 29 de outubro, será exibido no canal do evento no YouTube.


Onde?
Em 2021, o evento apresentará sessões gratuitas no Vão Livre do Masp, Vale do Anhangabaú, Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso e Centro Cultural Tiradentes. E com valores promocionais no circuito SPcine (Centro Cultural São Paulo e Biblioteca Roberto Santos) e no Museu da Imigração. Sessões nas plataformas Sesc Digital e Itaú Cultural Play também serão gratuitas.


Ao ar livre
Dentro da programação gratuita, destaque para a retomada das sessões ao ar livre, tradicional cereja-do-bolo da Mostra. No vão livre do Masp, na Avenida Paulista, será exibido Bob Cuspe – Nós Não Gostamos de Gente, animação de Cesar Cabral; e em parceria com a Prefeitura de São Paulo e a SPcine, o Vale do Anhangabaú, no centro da Capital, recebe uma sessão open door de Summer of Soul, premiado (no Sundance Festival 2021) documentário sobre lendário festival de música negra nos EUA em 1969, que acabou ofuscado pelo sucesso planetário que foi Woodstock, no mesmo ano.


* Especial para A Tribuna


Logo A Tribuna