Morre Aldir Blanc, aos 73 anos, vítima da Covid-19

Um dos autores de ‘O bêbado e a equilibrista’, a canção se tornou um grito contra a ditadura militar no Brasil

Por: Por ATribuna.com.br  -  04/05/20  -  13:49
O artista de 73 anos foi internado em dia 10 de abril, com sintomas de infecção urinária e pneumonia
O artista de 73 anos foi internado em dia 10 de abril, com sintomas de infecção urinária e pneumonia   Foto: Divulgação

O compositor, letrista e cronista Aldir Blanc, de 73 anos, morreu na madrugada desta segunda-feira (4) no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio de Janeiro. Ele estava internado desde o dia 10 de abril com problemas respiratórios, tendo, posteriormente, exames confirmando a infecção por Covid-19. O seu quadro de saúde era considerado grave.  


A família e os amigos, como o eterno parceiro João Bosco, chegaram a fazer uma movimentação pela internet para que ele fosse transferido para uma UTI. Isso porque o hospital onde estava internado não tinha leitos vagos. A estratégia deu certo e o músico foi entubado com dificuldades respiratórias em uma unidade hospitalar do Rio de Janeiro. Contudo, ele não resistiu a doença. 


Ainda não há informações sobre o velório, mas a cerimônia de despedida deve ser rápida e reservada a familiares e amigos próximos. Sozinho ou ao lado de João Bosco (seu eterno parceiro), Blanc compôs alguns dos clássicos da Música Popular Brasileira (MPB). 


A obra do compositor reúne, ainda, dezenas de canções conhecidas, feitas em parceria com outros ilustres artistas, como Moacyr Luz, Maurício Tapajós, Paulo Emílio, Carlos Lyra, Guinga, Edu Lobo, Wagner Tiso, César Costa Filho, Cristóvão Bastos, Roberto Menescal, Ivan Lins, entre outros.  


Obituário  


Nascido em setembro de 1946, o carioca Aldir Blanc Mendes ingressou, em 1966, na Faculdade de Medicina, especializando-se em psiquiatria. Em 1973, abandonou o curso para dedicar-se exclusivamente à música, tornando-se um dos mais importantes compositores brasileiros.   


Na voz de Elis Regina, “O Bêbado e a Equilibrista” – parceria de Blanc com João Bosco – foi o hino que marcou a Anistia Política, no final da década de 1970. Outras composições famosas são “Bala com Bala”, “O Mestre-Sala dos Mares”, “De Frente Pro Crime” e “Caça à Raposa”. 


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