Mães e filhas da Baixada Santista nos palcos da vida

Arte reforça laços de amor e afeto. Confira quatro histórias

Por: Egle Cisterna & Da Redação &  -  08/03/20  -  19:35
  Foto: ( Arquivo pessoal)

Que a arte tem o poder de reunir pessoas, não é segredo para ninguém. Mas fazer com que mães e filhas reforcem laços de afeto é algo que, até pouco tempo atrás, não era associado a atividades como balé, sapateado ou artes circenses. Mas essa realidade está mudando e cada vez mais gerações da mesma família podem ser vistas juntas ensaiando e se apresentando, com entrosamento que surpreende.


“Isso tem aumentado incrivelmente. Mães de adolescentes dançando junto com as filhas. É um estímulo”, conta Lúcia Millás, que tem uma escola de dança em Santos. Ela afirma que, normalmente, as meninas que fazem dança por muito tempo, gostam e deixam, aproveitam para voltar com as filhas. “Com as academias oferecendo essa oportunidade para adultos, eles voltam com um prazer imenso”. Confira aqui quatro histórias inspiradoras!


Convivência melhor


A dentista Silvia Helena André Lisboa, de 42 anos, fez balé quando era nova, mas parou com a atividade aos 15 anos, sem se formar. E carregou esse arrependimento por muitos anos. Ela viu a oportunidade de realizar esse sonho quando a filha Luisa Lisboa Diegues, de 12 anos, começou nas aulas de balé. “Balé adulto é uma coisa muito recente. Começou agora. Não havia essa possibilidade para mim antes. Quando minha filha entrou eu retomei o curso e me formei no ano passado. No final do ano, fizemos a apresentação juntas. Foi emocionante”, conta Silvia. A convivência das duas também ficou diferente dentro de casa. “Conseguimos conversar melhor, porque sei o nome dos passos e sempre a ajudo para corrigir e motivá-la”, lembra.


Emoção no palco


Iriane Bianconi e sua filha Maria ensaiando passos de balé
Iriane Bianconi e sua filha Maria ensaiando passos de balé   Foto: ( Arquivo Pessoal)

Iriane Bianconi começou no balé clássico aos 9 anos, participou de grupos de dança, se formou e chegou a dar aulas. Depois de parar com a atividade, ela engravidou e ficou por cerca de oito anos longe das sapatilhas. Quando a filha Maria Bianconi Zanaroli completou 4 anos, ela levou a menina para o balé. Vendo a filha aprendendo os movimentos de sua paixão, a vontade de retomar a atividade voltou e, há quatro anos ela resgatou o ofício da dança. “Convidei minhas amigas que também tinham parado e três delas voltaram também. Foi muito bom”. Iriane afirma que um dos momentos mais emocionantes desta retomada do balé foi o de dividir o palco com a filha numa apresentação de final de ano, na qual as duas interpretaram juntas. O sonho de Iriane é ter tempo de voltar às sapatilhas de ponta para dançar com a filha. “Nos ensaios gerais, as amiguinhas dela descobrem que somos mãe e filha e ela fica toda orgulhosa de ter uma mãe bailarina”, revela.


Momento nosso


"Numa brincadeira encontrei uma paixão", conta Claudiane Santana, que se apaixonou pela arte do circo e agora faz aulas junto à sua filha de 4 anos   Foto: ( Arquivo Pessoal)

A consultora financeira Claudiane Santana buscava uma atividade para entrar em movimento e acabou se encontrando nas aulas de circo. “Numa brincadeira encontrei uma paixão”, empolga-se ela, que foi fazer uma aula experimental a convite de uma amiga. Não demorou muito para que sua filha, a pequena Julia Santana Rocha, de 4 anos, também entrasse para a aula. Mesmo com turmas para crianças com mais de 8 anos, a professora fez um teste com a menina e percebeu que, mesmo pequena, além de gostar da atividade, ela se concentrava na aula. “Foi um despertar de ter um momento nosso. É o nosso dia, nossa atividade juntas. A gente consegue se divertir e tem a parte séria de se ajudar. As pessoas conseguem sentir o nosso sentimento”, conta Claudiane, que se apresentou com Julia no final do ano.


Laços mais fortes


As irmãs Verônica e Paula Rabelo convidaram sua mãe Armandina Rabelo para conhecer o sapateado e, agora, a dança é uma atividade em família
As irmãs Verônica e Paula Rabelo convidaram sua mãe Armandina Rabelo para conhecer o sapateado e, agora, a dança é uma atividade em família   Foto: ( Arquivo Pessoal)

Nem sempre são as mães que levam as filhas para dançar. As irmãs Verônica e Paula Rabelo, por exemplo, começaram a fazer sapateado e resolveram convidar a mãe, Armandina Rabelo Andrade Knoblauch, de 66 anos, para a experiência juntas. Mesmo em turmas separadas (Armandina faz aulas junto com Paula), elas perceberam benefícios do movimento que vão além do físico. “Eu comecei há quatro anos. Minha mãe é ativa e sempre fez dança – dança de salão e baile da terceira idade. Ela foi e adorou”, conta Verônica. No final do ano, o trio teve a oportunidade de subir ao palco no mesmo espetáculo: “Fizemos apresentação juntas e, por conta dos ensaios, ficamos mais próximas. Foi excelente para a nossa relação”, comemora Verônica.


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