Gabriel Sater faz papel que foi do pai em Pantanal
Os dois atuam juntos na trama das 21 horas
Gabriel Sater se sente honrado em dar vida ao violeiro Trindade em Pantanal, novela das 21h da Globo. Além de o personagem ter pertencido a seu pai, Almir Sater, na primeira versão do folhetim em 1990, agora os dois tiveram a oportunidade de contracenar em um emocionante duelo de violas. Afinal, o cantor e ator também está presente na trama como o chalaneiro Eugênio. Para o intérprete do peão, ambos compartilharem essa experiência tem sido algo especial.
“Passei no teste e nunca quis tanto um personagem como desejei fazer o Trindade. A cada dia, eu falava com meu pai e novas intenções eram descobertas sobre esse papel. A minha relação com ele é ainda mais próxima. Conversamos sobre as cenas”, conta.
Na trama, Trindade passou a trabalhar na fazenda de José Leôncio (Marcos Palmeira). Por caridade de Tibério (Guito), ele pernoitou por ali pela primeira vez, mas, por obra da viola enfeitiçada pelo cramu-lhão, o rapaz se assentou definitivamente por lá e, desde então, divide com os outros peões as suas premonições.
“Antes de fazer o teste, eu comecei a investigar com o meu pai inúmeras curiosidades da primeira versão da história. Em 1990, acompanhei as gravações e, desde lá, criei a ligação com aquele lugar. Brinquei de coroinha no último capítulo da novela e, como fã, queria saber mais sobre a confecção do Trindade naquela época e como o Benedito (Ruy Barbosa) pensou o personagem”, relata.
Com a mudança de Irma (Camila Morgado) para o Pantanal, Trindade se apaixona pela tia de Jove (Jesuita Barbosa). Apesar do relacionamento, o peão sabe que tem um pacto com o diabo e, teoricamente, não poderá ficar ao lado da amada. Sua sina, como de todo tocador, é seguir o som da viola. Porém, o personagem deixará a filha de Mariana (Selma Egrei) grávida.
“Fui entendendo, aos poucos, as camadas desse personagem. A cada cena perguntava sobre o Trindade para o meu pai, mas ele me deixou muito livre e me disse para procurar algo novo. Outro desafio que me ajudou bastante foi estudar a viola, observando a forma dele tocar, pegando detalhes”, revela.
Alerta da Natureza
Além da saga da família Leôncio, Pantanal chama a atenção do público para a preservação do bioma. Segundo Gabriel, existe a necessidade de abordar esse tema para que a natureza não padeça ainda mais com as ações imprudentes do homem.
“O Pantanal sofre como nunca. Neste ano, não teve uma cheia e isso gera uma preocupação com o bioma. A água é a alma do Pantanal. Vê-lo seco traz um alerta. Nossas autoridades precisam ter uma consciência maior da realidade que a gente vive”, reflete Gabriel.