Duda Reis sobre uso responsável das redes: 'Nem sempre é sobre uma dancinha no TikTok'

Atriz e influenciadora tem estudado feminismo e se aprofundado em questões sociais, que busca repercutir on-line

Por: Bia Viana  -  15/08/21  -  07:44
Atualizado em 15/08/21 - 08:53
 Duda Reis comenta estudos feministas e uso de sua influência para o bem
Duda Reis comenta estudos feministas e uso de sua influência para o bem   Foto: Marsovi

Ser influenciador digital deixou de ser uma questão de moda e beleza há muito tempo. Para a nova geração, há uma lacuna de conteúdo educativo e de informação que só as redes sociais conseguem suprir, trazendo pautas sérias de forma leve e descontraída, na linguagem dos jovens. Por isso, a atriz e influenciadora Duda Reis acredita que tem o compromisso de tornar seu canal uma plataforma ativa que fale sobre direitos das mulheres e amor próprio, estimulando meninas e jovens a serem livres.


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Com mais de 9 milhões de seguidores no Instagram, 61 mil no Twitter e 45 mil inscritos no YouTube, Duda busca construir uma relação saudável com as redes sociais, mesmo que nem sempre seja fácil. “Confesso que já fui mais fluída, já me senti mais livre para postar. Depois que você vai recebendo tantos comentários ofensivos, você vai criando uma barreira e não consegue mais. Às vezes eu me encontro em situações tipo 'será que as pessoas vão me ofender?', e não faz bem isso. É muito difícil trabalhar com rede social”.


Espaço


A rede social tem seus prós e contras, mas para Duda, o principal ponto positivo é o acesso que permite à informação. “Vejo pessoas que fazem conteúdos incríveis, com conteúdo ímpar e ao mesmo tempo didático. Essa geração está tendo esse privilégio de ter pessoas influentes trazendo esse assunto de forma muito leve. As meninas dessa geração estão bem atentas a tudo isso”.


Ela destaca o espaço dado ao feminismo, que tem uma nova onda crescendo pelas comunidades formadas nas redes sociais. “Os influenciadores que não levantam bandeiras de razão social e não falam de coisas importantes não deveriam ser influenciadores. Senão, você tá perdendo tempo. A pessoa tem que estar antenada, tem que postar, ou então qual a finalidade de ter milhões de seguidores?”, questiona.


Ela ressalta o medo de não ter retorno como uma causa para muitos profissionais não ousarem na internet, e destaca que está desenvolvendo seus próprios projetos. “É uma linha tênue entre achar o meio termo de abordar pautas importantes e fazer o telespectador ficar. Nem sempre é sobre uma dancinha no TikTok, temos que nos antenar”.


Imagem nas redes


Para quem trabalha com imagem, a exposição também abre porta para ofensas. “A gente precisa estar com a mente muito em dia pra poder ouvir essas coisas e não agir por impulso”, desabafa Duda, que comenta sobre sua relação com autoestima e corpo nas redes. “É muito invasivo pro nosso corpo e pra nossa alma ser invadido assim”.


Uma de suas preocupações é o uso exacerbado de filtros, que estimula muitas meninas e mulheres a preferirem sua imagem “filtrada” ao visual real. “Acho muito preocupante a geração dos muitos filtros, muito photoshop. Muitas mulheres desenvolvem transtornos de imagem em que não conseguem se reconhecer sem filtro”.


Ela incentiva o uso saudável das fotos, ressaltando a importância dos influenciadores nesse processo. “Meu público é muito jovem e eles entram em Instagrams perfeitos, irreais, e se comparam com aquilo, que nunca vão alcançar. Nem as pessoas que postam vivem aquilo! Temos que ter muita responsabilidade com o que a gente posta, os jovens estão sendo formados e a gente acaba fazendo parte dessa grande responsabilidade, de conscientizar”.


Empoderamento feminino


Em março, mês da mulher, Duda emprestou seu perfil no Instagram para que mulheres “anônimas” falassem sobre tipos de violência. A ação repercutiu em muito aprendizado e abriu portas para novas iniciativas. “Quando você entende que as mulheres são plurais, a sua cabeça explode! Existem muitas mulheres que não são escutadas. [A ação] foi muito especial, conversei e converso com todas, inclusive quando tenho dúvidas (risos), porquê [a dificuldade] é muito real. Eu tive o privilégio de ser ouvida, mas é raro isso acontecer”, relata.


O despertar para o feminismo foi recente, mas Duda se anima com as mudanças que tem vivido. “Às vezes é muito confortável a gente não questionar. Não vejo mais o mundo da mesma maneira que eu via anos atrás; hoje vejo tudo com mais firmeza”. Entre seus estudos, ela destaca o livro Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés, como um livro que a ensinou feminismo da maneira “mais natural possível”. “O segredo é entender e ativar o seu feminino. Foi o livro mais importante para mim e muito esclarecedor para começar minha caminhada”.


Papel social


Para a atriz, o aprendizado tem sido constante e ajuda na execução de um papel social. “Para ser ativista você tem que se colocar no lugar de ouvir, se colocar disponível pra aprender. Como a nossa sociedade é muito machista e patriarcal, as mulheres são ensinadas a terem medo. Quando a gente começa a abrir os nossos olhos e quebrar essas barreiras, a gente quebra o machismo, o que não é interessante pra sociedade”.


Ela destaca os princípios da luta, e assume seu papel nesse processo de difusão do conhecimento. “Estou aprendendo, tenho lido cada vez mais, e o princípio de tudo é a liberdade da mulher em todas áreas. Vou usar minha influência pra [lutar por] isso”, conclui Duda.


Para quem trabalha com imagem, a exposição também abre porta para ofensas. “A gente precisa estar com a mente muito em dia pra poder ouvir essas coisas e não agir por impulso”, desabafa Duda, que comenta sobre sua relação com autoestima e corpo nas redes. “É muito invasivo pro nosso corpo e pra nossa alma ser invadido assim”.Para quem trabalha com imagem, a exposição também abre porta para ofensas. “A gente precisa estar com a mente muito em dia pra poder ouvir essas coisas e não agir por impulso”, desabafa Duda, que comenta sobre sua relação com autoestima e corpo nas redes. “É muito invasivo pro nosso corpo e pra nossa alma ser invadido assim”.


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