Com sessão de autógrafos em Santos, idoso de 90 anos lança 1º livro: 'Comecei com poesia na escola'
Por opção, escritor mora em uma casa de repouso, onde produziu 'O Andarilho'; conheça a vida de José Maria de Camargo
Atualizado em 18/07/22 - 07:27
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Nunca é tarde para realizar grandes feitos ou sonhos. A idade não é, nem nunca deve ser, um limite. Veja o exemplo de José Maria de Camargo: aos 90 anos, completados em dezembro, ele lança seu primeiro livro neste sábado (16), às 17 horas, na Realejo Livros, em Santos (Avenida Marechal Deodoro, 2, Gonzaga).
“Estou muito feliz. Muito cedo comecei a escrever poesias na escola. Sempre quis lançar um livro, mas nunca tive a oportunidade. Primeiro, fiz um poema chamado
![José Maria com o bisneto, Ídris](http://atribuna.inf.br/storage/Variedades/Pop_&_Art/img1765638810603.webp)
“Conheci uma pessoa que era bem parecida com o que eu escrevi. Era um coitado, vivia pelas ruas, apanhava, foi preso. Esse moço existiu de verdade, era um trabalhador e ajudava muito a família. Mas, com a morte da mãe e do irmão, e com o casamento da irmã, acabou ficando sozinho”.
“Meu pai é um pouco andarilho também. Nasceu no Vale do Paraíba e muito jovem começou a trabalhar. Trabalhou na Bacia do Prata, foi para o Vale do Ribeira, moramos em Santos, onde ele também trabalhou, voltamos para Cananeia, ele foi para São Paulo e trabalhou na construção de Brasília. Tem uma extensa história de caminhadas, está superempolgado”, conta o filho, orgulhoso.
![José Maria ao lado das netas, Lígia (à esquerda) e Marina (à direita)](http://atribuna.inf.br/storage/Variedades/Pop_&_Art/img4779607913259.webp)
Com uma vida ativa, José Maria vive desde 2016, por opção, em uma casa de repouso em São Paulo, porque “não queria dar trabalho aos filhos”. Lá, ele faz caminhadas todos os dias, rega as plantas e faz palavras cruzadas. Passatempo esse que divide com seu filho até mesmo por ligação telefônica.
“Eu o visito pelo menos duas vezes na semana e sempre ajudava com as palavras que faltavam. Com a pandemia, a gente não podia se ver, então ele começou a tirar dúvidas por ligação. Há dois anos a gente tem a prática de diariamente fazer palavras cruzadas juntos por telefone, todos os dias no mesmo horário”, conta Ednaldo.
O advogado conta que José Maria primeiro escreveu todo o livro a mão e pediu a ele que digitasse a história. “Quando ele estava perto de completar 90 anos, eu falei: ‘pai o que você acha da gente publicar esse seu livro? É uma história bacana, bem escrita, um texto gostoso de ler, o que acha?’. Ele gostou da ideia e começamos a trabalhar juntos nisso, ele releu o livro, refez algumas coisas”, relembra.