Cecília Kerche revela os segredos da dança para alunas de Santos

Primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio ministrou curso de dois dias na Cidade

Por: Redação  -  06/04/22  -  06:47
Atualizado em 06/04/22 - 15:01
Primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio esteve em Santos
Primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio esteve em Santos   Foto: Cida Ladaga

“Esses jovens poderiam passar o final de semana na praia, passeando e saindo com os amigos, mas escolheram o balé. Escolheram dançar naqueles dias das 9h às 17h30”. A frase de Cecília Kerche define e resume o nível de comprometimento necessário a quem quer se dedicar à dança.


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Primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e um dos principais nomes da dança no Brasil, ela esteve recentemente em Santos, em um workshop na escola Engenharia da Dança, fundada pela também bailarina Letícia Gazal.


“(São necessários) muita dedicação, foco, disciplina. Porque qualquer um pode dançar, em qualquer idade. Mas quando a pessoa tem o objetivo de se profissionalizar é importante que se comece desde cedo, com bons professores e com todos os aparatos e cuidados necessários”, conta Cecília, sobre o segredo para se tornar um profissional na arte do balé.


A bailarina, que já se apresentou pelo mundo inteiro, explica que o mais difícil em todos esses anos de carreira foram as lesões sofridas. “Na época que eu era aluna, não tinha esse desenvolvimento de fisioterapia, aulas de pilates e de fortalecimento muscular. Quando me machucava, os ortopedistas não tinham ideia de como tratar. Precisávamos ficar durante dois meses com gesso e, quando voltávamos, os músculos estavam todos fracos. Não existia uma assistência fisioterápica igual a hoje”.


Cecília Kerche foi confirmada no Festival de Dança (Fidifest), em Santos, e vai entregar um troféu com seu nome na noite de gala do evento. A pré-seleção é até hoje, no site adalpa.com.br/fidifest. Também haverá um workshop com Cecília.


Sacrifícios
Segundo Letícia, trazer uma referência da dança à escola é motivador. “Estamos com uma geração de alunas comprometidas, que estão se tornando bailarinas de alta performance e podem estar entre as melhores do País daqui a alguns anos”, diz.


Além de muita dedicação, foco e disciplina, um bailarino profissional conhece muito bem a palavra “sacrifícios”.


Letícia explica que para ser um bailarino são necessários nove anos de estudo de balé clássico. “Isso tudo para se tornar um bailarino acadêmico. Se a pretensão é ser bailarino profissional, basta multiplicar tudo isso por mil. O balé não tem fim, ele é um estudo e aprimoramento constante”, afirma Letícia.


Adulto
Um dos requisitos para entrar para o balé profissional é começar desde cedo na modalidade. Mas quem busca se tornar bailarino depois de adulto pode fazer o curso de nove anos – tempo que pode ser encurtado, segundo Letícia, pela consciência corporal desenvolvida além das de uma criança.


“Mas para se tornar profissional e viver da dança é mais difícil, o ápice de nossa carreira é ainda na juventude por conta da disposição. Mas a dança não tem idade. É uma atividade que trabalha corpo, coração, mente e alma”, conclui.


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