Baixada Santista tem só 'meio' livro por habitante somando acervos de bibliotecas municipais
Levantamento de A Tribuna junto às prefeituras mostra que há 0,36 livro por pessoa; confira proporção de cada cidade
Atualizado em 05/09/21 - 17:56
Se, ao mesmo tempo, cada cidadão da Baixada Santista resolvesse pegar um livro em alguma biblioteca municipal da região, mais da metade da população ficaria de mãos vazias. Isso porque, unindo os acervos públicos das nove cidades, há menos de “meio livro” (0,36) disponível por pessoa nas bibliotecas municipais. Os dados foram levantados por A
Com relação à proporção de livros por pessoa, apenas três cidades estão acima da média regional: Guarujá, Itanhaém e Santos (veja o quadro). Guarujá se destaca com 300 mil itens, divididos em duas bibliotecas. Logo atrás, Santos possui 228 mil títulos, compartilhados em oito pontos de leitura - sendo seis bibliotecas, uma gibiteca e uma hemeroteca. Já Itanhaém contabiliza um acervo de 56.900 livros, com uma biblioteca, dois pontos de leitura e uma “geladeiroteca”.
CONFIRA LISTA COMPLETA DAS BIBLIOTECAS MUNICIPAIS DA REGIÃO
Em Santos, Cubatão, Praia Grande e Itanhaém, para retirar um livro e realizar uma ficha de cadastro basta apresentar o RG ou outro documento de identidade original e um comprovante de residência.
Além dos documentos citados, em Mongaguá é preciso entregar uma foto 3x4. Em São Vicente e Guarujá, duas fotos do tipo.
Já em Peruíbe, a biblioteca aceita apenas livros de literatura. Para doar, o interessado deve entrar em contato com a bibliotecária Elisangela Cantarin pelo telefone da sede. Em São Vicente, as doações podem ser feitas na unidade da Casa do Barão e Praça Vitória da Conquista.
Quando as bibliotecas de Santos forem reabertas, elas também voltarão a receber doações. Mas, para doar mais de 20 unidades, é possível agendar a retirada dos itens pelos telefones 3226-8021 e 3223-8908. Não são aceitas enciclopédias e livros didáticos.
Somente Mongaguá não está aceitando publicações por conta da pandemia.
“Frequento a biblioteca por causa da minha filha. Ela aprendeu a ler agora e tudo para ela está sendo mágico. Ela está descobrindo um mundo através dos livros”, conta Ana Pacheco, de 26 anos, que visitava a biblioteca com sua filha Valentina, de 7 anos.
Nesse processo, ela frequenta a biblioteca há cerca de três anos - antes, na sede antiga do local, que era na Av. São Paulo. Quando ela não tem tempo, a saída são os vídeos de contações de histórias. Mas, Ana adianta: “ela prefere o livro físico. A coisa dela é folhear. Ela se encanta com as cores”.
Renato Souza Morais, autônomo de 40 anos, é um dos que também ama frequentar a biblioteca. Leitor ávido que considera as leituras físicas melhores, ele visita o espaço duas vezes por semana. “Gosto dessas coisas mais antigas, parecem ser mais originais”, comenta ele, que sempre se debruça em livros sobre artesanato, história e geografia.
Sem espaço
Em Bertioga, a antiga Biblioteca Municipal, que funcionava na Casa da Cultura, tornou-se a Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura em 2018. O acervo do equipamento transferido para o Polo da Univesp, no bairro Indaiá. Agora os livros estão disponíveis apenas aos alunos da universidade. Sem previsão para sair do papel, a Diretoria de Cultura planeja instalar minibibliotecas na cidade, com novos livros e ações de contações de histórias.