Autor de A Doçura da Água é um dos mais aguardados da Bienal do Livro em SP

Nathan Harris, que recebeu prêmios em 2021, estará na capital para palestra sobre racismo

Por: Redação  -  06/07/22  -  09:12
Nathan Harris é autor do livro
Nathan Harris é autor do livro   Foto: Divulgação

Um dos autores mais esperados na 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece até domingo (10) na Capital, é o norte-americano Nathan Harris, autor de um dos livros mais vendidos nos Estado Unidos em 2022, A Doçura da Água. Ele estará na manhã de encerramento para uma palestra na qual vai discutir temas como racismo e homofobia, que são explorados na obra.


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Publicado no Brasil pela Editora Novo Século, o primeiro romance do autor, teve indicações de personalidades como Barack Obama e Oprah Winfrey. A obra ilustra uma comunidade em conflito consigo mesma, envenenada pelo orgulho e atolada na intolerância racial e sexual.


O livro alcançou marcas impressionantes nos Estados Unidos, como Melhor Ficção do Ano, pelo Washington Post, e prêmios como o Sylan Thomas, Medalha Carnegie de Excelência 2022 e o First Novel Prize do Center for Fiction. Também foi indicado ao Man Booker Prize e Goodreads Choice Awards 2021 de Melhor Ficção Histórica e Melhor Romance de Estreia.


A história se passa no fim da Guerra Civil norte-americana, o conflito mais mortal da história dos EUA, mas aborda um contexto que, lamentavelmente, ainda é atual. Na fictícia Old Ox, na Geórgia, brancos ressentidos lamentam pela Proclamação de Emancipação e ex-escravizados vislumbram a liberdade. George e Isabelle Walker, de luto pela morte de seu filho Caleb, acolhem Prentiss e Landry, dois irmãos negros e ex-escravos da fazenda vizinha. A conexão dos irmãos com os Walker confunde e enoja os moradores brancos da região, especialmente os aristocráticos Weblers, cujo filho, August, é o melhor amigo de Caleb.


À medida que o verão avança, segredos e desejos ocultos vêm à tona, alguns tão doces quanto as conservas de pêssego de Isabelle, outros amargos e aterrorizantes. Uma revelação na floresta, em uma noite escura, mergulha toda a comunidade no caos e mostra que a guerra ainda não acabou.


“Alguns anos atrás me deparei com as transcrições de escravos libertos conversando com historiadores, e fiquei impressionado com o quão pouco eu sabia sobre os dias que se seguiram após a Guerra Civil”, conta Nathan Harris.


O autor completa. “Imagine ter passado toda a sua vida em um cativeiro, e de repente você acorda com a revelação chocante de que o governo lhe deu uma nova identidade. É livre, mas tem um corpo traumatizado que definiu toda a sua existência. O pensamento me fascinou, e ao iniciar o romance vi que as questões abordadas não eram do passado, mas do presente. Este livro, para minha consternação, é muito


contemporâneo. Vivemos num período em que esta nação (EUA) está fraturada, acredito firmemente que este é exatamente o tipo de história de que precisamos, com personagens que enfrentam inflexivelmente a dor, a mágoa, a perda e declaram em voz alta que é possível superar”.


Mesmo em um cenário histórico, A Doçura da Água faz perguntas muito relevantes nos dias atuais: qual é o preço da dignidade? Qual é o legado da escravidão e da violência racial? E o que realmente significa ser livre?


Serviço: Nathan Harris na 26ª Bienal Internacional do Livro De São Paulo. Domingo, às 11h30, no Expo Center Norte - Arena Cultural (Rua José Bernardo Pinto, 333, Vila Guilherme, São Paulo)


Santista na Bienal

O jornalista, fotógrafo e escritor santista Ronaldo Andrade participa da 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, juntamente com 17 autores, no lançamento do livro Coletânea da Academia Contemporânea de Letras - em prosa e verso (Editora Conejo), lançada por essa associação literária sediada na Capital. No domingo, às 15h, ele estará na sessão de autógrafos no evento, que acontece no Expo Center Norte.


Pela terceira vez na Bienal, Andrade participa com o texto Santos, cidade de alma portuguesa, abordando as referências da cidade com Portugal em diversos aspectos, como na arquitetura, gastronomia, cultura e especialmente nos laços familiares, visto que o município recebeu grande número de imigrantes portugueses que ajudaram a construir e moldar sua identidade - Braz Cubas, por exemplo, natural da cidade do Porto, foi o fundador de Santos.


José Bonifácio
Também é citado o Patriarca da Independência, o santista José Bonifácio de Andrada e Silva, que teve importante papel para a Independência do Brasil, em 1822, e manteve fortes laços com Portugal por meio de estudos e de cátedra na Universidade de Coimbra.


O escritor santista participou de outras coletâneas no Brasil, além de cursos de roteiro e escrita com nomes consagrados, como Aguinaldo Silva e Pedro Bial. Em Portugal, onde morou, Andrade participou de três edições da Feira do Livro de Lisboa, com o lançamento dos livros A mulher do comboio (publicação independente) e Eleição de síndico (Chiado Editora), obra posteriormente traduzida para o espanhol (Editora Letraviva) e lançada na Feira do Livro de Buenos Aires.


“Fico feliz em participar da Bienal do Livro de São Paulo em que Portugal é o país homenageado do evento, assim como ter como patrono da minha cadeira na Academia Contemporânea de Letras o escritor português José Saramago, cujo centenário de nascimento é celebrado neste ano”, declarou Andrade.


Para a presidente da Academia Coletânea de Letras (ACL) e organizadora da coletânea, Marly de Souza Carrasco Almeida, a participação na Bienal será “um momento importante para os autores e integrantes da ACL, marcando nossa história na Literatura”.


Mais informações sobre a ACL e a Editora Conejo nos sites da academia e editora.


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