Ator santista Sérgio Mamberti lança biografia

A obra tem fotos inéditas, prólogo de Fernanda Montenegro e orelha assinada por Gilberto Gil

Por: Egle Cisterna  -  04/05/21  -  09:06
  Aos 82 anos, Sérgio Mamberti lança sua biografia junto com o jornalista Dirceu Alves Jr.
Aos 82 anos, Sérgio Mamberti lança sua biografia junto com o jornalista Dirceu Alves Jr.   Foto: Divulgação

Aos 82 anos, o ator santista Sérgio Mamberti passa a limpo suas memórias e deixa um registro permanente de tudo que observou ao longo da vida, com destaque para Santos – lugar que ele define como sua 'sede' – todo o movimento teatral e a vida política atual do País. Esse apanhado está na biografia Sérgio Mamberti: Senhor do meu Tempo (Edições Sesc), que acaba de ser lançado. A obra, de 376 páginas repletas de fotos inéditas, conta com prólogo de Fernanda Montenegro e orelha assinada por Gilberto Gil.


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“Quando eu fiz 80 anos, eu queria fazer uma série de coisas para comemorar a data e uma das ideias era a de contar um pouco da minha história”, revela Mamberti, que já havia tentado iniciar o trabalho, sem seguir a contento.


Quem acabou fazendo com que as memórias dele se transformassem em páginas foi o jornalista Dirceu Alves Jr., também autor da biografia de Elias Andreato, que durante quatro meses, em 2019, entrevistou Mamberti para o projeto.


“Ele é um contador de histórias, tem uma imaginação fabulosa e toda a passagem de vida dele é um acontecimento. Além de uma memória surpreendente, é um homem que nasceu em 1939 e foi desmontando tudo o que era óbvio” conta ele, que teve todo o cuidado de escrever o livro da forma como o próprio Mamberti faria.


DNA santista


E Alves considera que esse perfil inovador do ator está ligado justamente a sua formação em Santos, com influência da família, dos vizinhos e de toda a efervescência cultural que a Cidade tinha nos anos de 1940 e 1950. Sergio e seu irmão Cláudio (também ator, morto em 2001) foi criado em um ambiente nada convencional. Sua mãe era professora primária de uma escola pública e, trabalhando fora – algo bem atípico para uma mulher naquela época – dividia as tarefas domésticas com o marido, que foi diretor social do Clube Internacional de Regatas, e criou os dois filhos com total liberdade.


Foi o contato com o trabalho do pai, que era responsável por trazer para a Cidade vários espetáculos culturais, que fez com que ele abrisse os olhos para o mundo artístico. “Ele sempre perguntava para mim e para meu irmão como acabamos seguindo essa carreira. E devolvíamos que a culpa era dele”, brinca.


“Só queria que, ao ler, as pessoas tivessem o mesmo prazer que tive ao contar a minha história a partir de Santos”


Além de várias passagens por Santos, onde Mamberti morou até ir para São Paulo, cursar a Escola de Arte Dramática (EAD), em 1957, o livro mostra a carreira de Mamberti, que se destacou na TV com personagens marcantes, como o mordomo Eugênio, da novela Vale Tudo, e Doutor Victor, de Castelo Ra-Tim-Bum, passando pelo teatro e chegando aos dias atuais. Fora dos palcos e das telas, Mamberti também teve uma grande atuação política, trabalhando por 12 anos no Ministério da Cultura.


Amores e perdas


A vida pessoal do artista também está presente na obra, com destaque para a perda de dois grandes amores: a atriz Vivian Mahr, mãe de seus três filhos, que morreu aos 37 anos, em 1980, e do companheiro Ednardo Torquato, falecido em 2019, com quem viveu uma relação de quase quarenta anos.


“Só queria que, ao ler, as pessoas tivessem o mesmo prazer que tive ao contar a minha história a partir de Santos. Tem muita emoção envolvida, que vai além da vida artística”, diz.


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