Artistas se unem pelo teatro em meio à pandemia e criam o 'Quintal Coletivo'
Neste ano o grupo já idealizou três produções hibridas entre o teatro e o cinema; confira
Uma casa, 11 artistas e três projetos idealizados – por enquanto. Estas são singularidades do grupo teatral Quintal Coletivo, da Baixada Santista, que em uma única casa, com um grande quintal, ficam imersos em suas produções e transbordam a pluralidade da arte em meio ao momento de distanciamento social.
Cinco dos integrantes do grupo – Cibelle Piacentini, Isadora Rodrigues, Fabricio Freitas, Thaís Favatto e Pedro Chaves – moram na sede do coletivo desde o final do ano passado, quando a iniciativa ganhou forma. E os outros seis membros – Andrews Sander, Emanuelly Abade, Mireille Antunes, Thaís Miranda, Vanusa De Santis e Zé Fernandes – utilizam o espaço apenas durante os projetos, alternadamente.
Desde o começo deste ano, após serem contemplados pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, já foram lançadas uma obra infantil, Contos de Vila Velha, e uma série de curta-metragem Sobre Cacos e Vãos, que estreou ontem. Ainda para este semestre está previsto o curta-metragem Tempos Pandêmicos. As produções são híbridas com a linguagem do teatro.
Os projetos ficam disponíveis no YouTube do Quintal Coletivo, onde podem ser assistidos de forma gratuita, por tempo ilimitado. Mais informações estão disponíveis pelo Instagram
Sensibilidade
De acordo com o ator e produtor Pedro Chaves, de 20 anos, o Quintal Coletivo é um desejo de todos. Ele explica que o grupo é formado por ex-alunos e professores da Escola de Artes Cênicas (EAC) Wilson Geraldo, de Santos, que já se conheciam e trabalhavam juntos.
“Nós víamos a necessidade de ter um lugar para ensaiar, mas em um tempo pandêmico era inviável financeiramente. Então tiveram ideia de alugar um local para morar e atuar”, explica Chaves.
Ele sente que, apesar do período difícil, tem sido muito bom conviver com seus amigos de arte, principalmente por conta da sensibilidade que vem da vida artística de todos. “A gente sofre, mas estamos passando por isso juntos.”
Além disso, para o futuro, Chaves diz que a ideia é que o Quintal possa abrir suas portas para receber artistas, espetáculos e ser um local de encontro cultural. Além de serem promovidas festas para arrecadar fundos para o grupo se manter.
Teatro e audiovisual
Com os palcos fechados, um dos desafios que o grupo tem enfrentado é ter que transpor a linguagem do teatro em um produto audiovisual. “Nós temos uma continuidade no teatro, somos mais expansivos. E no cinema é muito diferente, temos que ser mais minimalistas. Além de que as cenas são recortadas e é mais difícil voltar para a sensação do personagem”, explica Isadora Rodrigues, de 21 anos, que é atriz no Quintal Coletivo e está encarando essa experiência com muita curiosidade.
Confira os projetos do QuintalColetivo: