Carnaval vira patrimônio imaterial de São Paulo pelo Condephaat
Para o órgão de proteção, práticas carnavalescas traduzem saberes e mantêm identidade coletiva
Por decisão unânime, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) transformou as “práticas carnavalescas do estado” em patrimônio imaterial. A decisão já foi publicada no Diário Oficial estadual.
Pelo parecer do órgão de preservação, as práticas carnavalescas traduzem saberes, fazeres e uma identidade coletiva, que criam relações de pertencimento.
“Estamos valorizando a cultura popular e tradicional de São Paulo, que é um vetor de identidade e de desenvolvimento”, afirma o secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão.
A proposta inicial, apresentada pela Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, solicitava o registro dos “Desfiles das Escolas de Samba” como patrimônio cultural imaterial.
O Conselho analisou que havia necessidade de elaboração de um plano mais amplo, à altura da importância da manifestação cultural, capaz de “garantir a salvaguarda e reprodução da prática, a preservação dos saberes e a perenização da memória coletiva envolvida”.
Concluiu-se que a forma mais adequada de preservar e valorizar o carnaval de São Paulo seria ampliar o objeto e registrar, como patrimônio imaterial, as “práticas carnavalescas”, não apenas os desfiles, e que estes são a finalização de um processo diversificado e de grande riqueza cultural.
O que é
O registro imaterial foi criado por meio do Decreto 57.439, de 2011, e permite o reconhecimento de manifestações culturais do estado. O objetivo é identificar e reconhecer conhecimentos, formas de expressão, modos de fazer e viver, rituais, festas e manifestações que façam parte da cultura paulista.
O primeiro registro de patrimônio imaterial do Condephaat foi realizado em janeiro de 2016, com o reconhecimento do Samba Paulista. O Virado Paulista, tradicional prato da culinária do estado, foi reconhecido em 2018.