Série Lightyear diverte e tem papel importante para promover inclusão social

A animação da Pixar traz personagem homossexual e a revisão de conceitos

Por: Gustavo Klein  -  19/06/22  -  14:40
O filme, estrelado pelo astronauta Buzz Lightyear, traz uma personagem que se casa com alguém do mesmo gênero, constitui família e vive uma vida feliz, estável e realizada
O filme, estrelado pelo astronauta Buzz Lightyear, traz uma personagem que se casa com alguém do mesmo gênero, constitui família e vive uma vida feliz, estável e realizada   Foto: Disney/Divulgação

O lançamento de uma nova animação da Pixar sempre causa alvoroço. É da produtora fundada pelo já falecido Steve Jobs (da Apple) – que pertenceu por décadas a George Lucas e agora é parte da Disney – que alguns dos grandes clássicos recentes do gênero nasceram.


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De Wall-E a Up – Altas Aventuras, a empresa acostumou os fãs a produções primorosas no aspecto técnico e que podem ser acompanhadas tanto pelas crianças, o público-alvo, quanto por adultos – com interpretações diferentes, mas com o mesmo interesse.


Foi a partir dessa dinâmica que conhecemos, por exemplo, o robozinho Wall-E e também refletimos sobre solidão, relação entre humanidade e tecnologia e proteção do meio ambiente.


Em seu novo longa, Lightyear, a empresa toma dois caminhos que a princípio parecem inversos e que confundiram muita gente. Eles retornam ao universo de sua primeira produção – a mítica Toy Story – e contam uma história mais convencional, de aventura espacial do tipo Star Trek, para inovar em uma área tão polêmica como necessária: a da representatividade.


O filme, estrelado pelo astronauta Buzz Lightyear, traz uma personagem que se casa com alguém do mesmo gênero, constitui família e vive uma vida feliz, estável e realizada. A coragem custou caro à Disney, literalmente: em 14 países, incluindo a China, maior mercado de cinema do mundo, o filme acabou sendo proibido.


Vale destacar a coragem da Disney, que resolveu bancar o prejuízo não para “incentivar a homossexualidade”, como muitos equivocados acusaram, e sim para mostrar para milhões de crianças, jovens e adultos homossexuais ao redor do mundo que eles não estão sozinhos. De modo que se reconheçam no personagem e contem com uma ajuda para fugir do isolamento e da depressão que o preconceito pode provocar.


Isso mostra ainda às crianças que o tema deve ser tratado com a naturalidade que a sociedade futurista do filme já alcançou e da qual nós, tão tecnologicamente avançados, ainda estamos bem distantes.


Ao mesmo tempo, a Disney adota um tom mais convencional na narrativa, mas com uma boa explicação. O filme que vemos na tela é o que o menino Andy viu quando era pequeno e se tornou seu favorito. É, portanto, um produto dos anos 1980.


Na historinha, Buzz Lightyear precisa salvar um grupo de humanos – ele incluído –, cuja nave caiu em um planeta hostil. Entram na trama conceitos de física, da teoria da relatividade e também conflitos bastante íntimos dos personagens, especialmente a capacidade de aceitar os próprios erros para ser capaz de superá-los.


Ficou claro que, da ótica de um adulto, o longa tem muito pouco de infantil, não? Mas, como já disse, as crianças acompanham numa outra camada de entendimento e sem grandes problemas. Não seja malvado e leve a criançada ao cinema! Você também vai se divertir, tenha certeza disso!!!


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