Recursos Humanos estão de olho no Quociente de Adaptabilidade (QA) dos candidatos; entenda
Recrutadores buscam cada vez mais profissionais que conseguem se adaptar a novos cenários e desafios
Atualizado em 06/02/22 - 19:22
Não é novidade que o mercado de trabalho está em constante mudança. Por isso, caso esteja buscando uma recolocação ou até mesmo se manter atualizado e preparado para as expectativas da empresa em que atua, é preciso desenvolver o chamado quociente de adaptabilidade.
Já foi o tempo em que os recrutadores pediam o teste de QI (quociente de inteligência), que mensura indicadores como memória e habilidades lógicas com o intuito de selecionar os melhores profissionais. Na última década, a avaliação da inteligência ou quociente emocional (QE) ganhou relevância nos RHs, por ser a capacidade de usar essa consciência dos sentimentos (de si mesmo e dos outros) para gerenciar o seu comportamento e os seus relacionamentos pessoais e corporativos. Agora, a bola da vez é o quociente de adaptabilidade (QA).
“As mudanças são cada vez maiores e inevitáveis. Precisamos desafiar nosso cérebro e, por isso, quem desenvolve suas mind skills e treina sua mente para ser mais adaptável e ter mais abertura para a mudança possui uma vantagem competitiva, pois devemos aprender cada vez mais rápido a lidar com novos cenários e nos adaptarmos a desafios nunca experimentados”, diz Gaya Machado, especialista em Neurociências e comportamento.
De acordo com a também palestrante, consultora e treinadora comportamental, o quociente de adaptabilidade mede muito mais do que simplesmente ser capaz de absorver e se adaptar a novas informações. Envolve a competência de discernir o que é relevante para atualizar novas ideias, conhecimentos e superar desafios.
“Quando novos desafios surgem, ter um quociente de adaptabilidade alto nos permite ler a situação e agir nos primeiros sinais, nos engajando deliberadamente para mudar, se necessário”, explica Gaya.
Além de ser grande vantagem competitiva, o QA alto é fundamental para filtrar o excesso de informações e focar no que é realmente significativo. Esse quociente está relacionado com nossa personalidade, e alguns perfis comportamentais são mais abertos às mudanças. “Mesmo as pessoas menos adeptas das modificações e novidades podem aumentar seu QA por meio do conhecimento de sua importância, escolha, comprometimento e prática constante”, afirma a especialista.
Gaya explica a relação entre o aprendizado e os desafios. “Pesquisas comprovam que o aumento da dificuldade durante uma prática leva a mais aprendizado e uma maior mudança estrutural no cérebro. Por isso, vale ir ampliando os desafios”.