Psicólogo santista dá dicas do que pode te fazer feliz; confira

Todos passamos por altos e baixos e manter o foco nos pontos positivos, dando valor a bons momentos

Por: Giovanna Corerato  -  07/08/22  -  18:41
Atualizado em 07/08/22 - 21:34
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A pergunta do título dessa matéria costuma provocar um contato com o sentido da vida, as nossas escolhas, o que somos e o que fazemos. Como se aquilo que chamamos de felicidade fosse um conceito absoluto, algo a ser perseguido a qualquer custo e que, quando atingido, se torna permanente e imutável. O que poucos sabem – ou o que poucos conseguem aceitar – é que não é possível ser feliz em 100% do tempo.


O filósofo alemão Friedrich Nietszche já dizia que “a felicidade é frágil e volátil, pois só é possível senti-la em certos momentos. Na verdade, se pudéssemos vivenciá-la de forma ininterrupta, ela perderia o valor, uma vez que só percebemos que somos felizes por comparação”.


Isso porque a vida é um processo de transformação, cíclico e evolutivo. “Vivemos num mundo dual, de polaridades opostas e complementares: dia e noite, verão e inverno, masculino e feminino, quente e frio. Só podemos perceber algo quando há a contraposição a outro. Se não conhecêssemos a infelicidade e a tristeza, não seria possível avaliar quando a felicidade acontece”, explica o psicólogo e médico especialista em homeopatia e acupuntura Roberto Debski.


Somos submetidos a inúmeros riscos, como desilusões, abandono, fracasso, traição. Como imaginar que alguém possa ser feliz incondicionalmente e para sempre? Sob esta perspectiva, a felicidade parece algo inatingível.


Mas a boa notícia é que é possível experimentar muitos momentos alegres e um estado de felicidade, apesar de qualquer experiência negativa que possa acontecer durante a vida. “Felicidade é um estado de satisfação com a vida. É uma percepção subjetiva de bem-estar que experimentamos, relacionada com a maneira como vivemos, lidamos e aceitamos nossa realidade”, afirma o psicólogo.


O que é preciso?
Debski explica que “quando nos referimos ao subjetivo campo da saúde mental e emocional, imaginar que existe uma única maneira certa nos parece totalmente fora de contexto”.


Pesquisas recentes apontam que o enfoque da psicologia nas doenças e sintomas psicológicos não permitia compreender plenamente o ser humano e sua busca pelo bem-estar e felicidade. Mas um nova área de estudo chamada Psicologia Positiva vem demonstrando que focar a atenção no potencial humano, em suas forças, traços positivos e virtudes, permite entender muito mais as sensações e percepções de felicidade das pessoas.


É preciso entender que buscar a felicidade a qualquer custo é uma tarefa que se mostra frustrante e impossível, por ser baseada em conceitos irrealistas sobre emoções humanas. “A conquista deste objetivo se torna uma fixação que não permite uma atitude flexível e aberta e qualquer frustração seria um empecilho à obtenção desse objetivo absoluto”, admite o psicólogo.


O especialista diz que é fundamental estarmos cientes que passamos por altos e baixos, mantendo o foco nos pontos positivos. Isso aumentará a resiliência e possibilitará que, mesmo quando vivenciarmos períodos desfavoráveis, tenhamos a certeza de que tudo passa – e isso também passará.


Resiliência
“Resiliência é uma característica que aumenta a percepção de felicidade, bem-estar e saúde física. Pessoas resilientes passam por problemas muitas vezes graves, mas não fixam seu foco neles”, explica Debski.


Ele diz que pessoas resilientes conseguem extrair força de suas experiências negativas e potencializar suas virtudes, tornando-se melhores, mais resistentes e adaptadas. Assim, reduzem sua predisposição ao estresse e se imunizam contra a depressão e a ansiedade.


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