Psicóloga de Santos explica que focar no presente não significa ignorar futuro e passado
Segundo a profissional, atitude de se planejar deve fazer parte do nosso cotidiano
É normal olhar para trás e analisar o passado ou, então, fazer planos para o futuro. O problema passa a existir quando ficamos tempo demais nisso e deixamos de viver o presente, o agora. Nessa hora, o “excesso de futuro” pode desencadear ansiedade, enquanto a “sobrecarga de passado” oferece o risco de uma depressão bater na nossa porta.
O famoso escritor russo Liev Tolstói tem uma frase que ilustra bem a necessidade de vivermos o presente: “O agora é o momento mais importante, porque é a única vez em que temos algum poder”. Afinal, o passado não pode ser alterado e o futuro costuma ser incerto, pois ainda não aconteceu. E é no presente que conseguimos agir para criar, construir, transformar e resolver as coisas.
“O existir, por si só, já é algo angustiante. Nesse sentido, tendemos a nos voltar para o que já foi ou para o que ainda vai ocorrer, como uma forma de tentar amenizar essa angústia existencial”, explica a psicóloga Claudia Luiza Toss, que acrescenta que não viver o presente é o mesmo que “insistir em não ter identidade, se alienar”.
Ajuste o foco
Concentrar-se no agora parece ser algo simples de ser feito, não é mesmo? Mas pode ser uma tarefa um tanto quanto desafiadora para quem tende a ficar demais no passado, no futuro ou indo de um para o outro.
Uma maneira de contornar isso e se manter no agora é usar os cinco sentidos como aliados. Ou seja: sempre que a mente ficar inquieta e der aquela vontade de “viajar no tempo”, recorra à sua visão, à sua audição, ao seu olfato, ao seu tato e ao seu paladar. Observe os detalhes do ambiente, escute as vozes e os sons, sinta as superfícies dos objetos... Muitas vezes, coisas simples como essas acabam passando despercebidas devido à falta de foco no presente. Portanto, valorize e aprecie o que está ao seu redor.
Esteja aberto
É preciso entender que focar no presente não significa ignorar o futuro e muito menos o passado. A atitude de se planejar deve fazer parte do nosso cotidiano; a questão é saber dosar a nossa atenção entre o que está (ou não) fora do nosso alcance, porque há situações em que podemos buscar no futuro uma espécie de refúgio, “onde conseguiremos tudo o que desejamos e seremos, finalmente, felizes”, diz Claudia Toss.
A psicóloga ainda explica que o foco no agora só é possível quando estamos em paz com o que já vivemos e quando estamos abertos para o que pode vir a acontecer no nosso dia a dia. “A felicidade, às vezes, está à nossa volta e não a enxergamos por não reconhecermos quem realmente somos”, conclui.
