O vinho na história do Carnaval: na mitologia, filho de Zeus era cultuado como deus da bebida

Festas na Grécia reverenciavam o deus do vinho Dionísio

Por: Claudia Oliveira  -  27/02/22  -  14:28
Atualizado em 27/02/22 - 14:30
História do vinho no Carnaval
História do vinho no Carnaval   Foto: Adobe Stock

Santé! Carnaval é festa antiga, sagrada e profana, de origem ancestral e polêmica. Iniciou-se como um festejo popular proveniente de ritos e costumes pagãos e suas características eram a liberdade de expressão, a mistura de classes e o movimento.


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Dados históricos dizem que o Carnaval começou no antigo Egito, em comemoração à festa de Osíris, seu deus do vinho. Nesta, a divindade era homenageada pelo recuo das águas do Nilo e pela fertilidade da terra na primavera.


Festas semelhantes aconteceram na Grécia, onde se reverenciava o deus do vinho Dionísio e, depois, em Roma, o deus Baco também era festejado iniciando-se os bacanais.


A origem da palavra Carnaval pode ter vindo tanto do latim carnem leváre (abstenção de carne) quanto do milanês carnelevale (carne, adeus), evoluindo gradativamente em passagem por vários dialetos e fixando-se no italiano carnevale. Era uma festa mundana. O povo se fantasiava, bebia muito vinho, embriagava-se, e não havia limites. Imaginem a loucura! A sociedade elitista e preconceituosa não a aceitava. Entretanto, com o tempo, o Carnaval foi evoluindo e passou até a ser considerado pela Igreja Católica, em 590 d. C., incluindo-se a comemoração na véspera da Quarta-Feira de Cinzas e do jejum de carne na Quaresma.


A mitologia diz que Dionísio, filho de Zeus e Sêmele, era cultuado como deus do vinho, das festas e do êxtase. Ele teria ensinado o povo a cultivar as uvas e produzir o vinho.


Na Grécia, acreditava-se que Dionísio morria à cada colheita, ou seja, pisando-se as uvas sacrificava-se o deus. O suco era guardado até o fim do inverno, quando, então, o deus Dionísio renascia em forma de vinho. Morte e ressurreição significavam renascimento da natureza e fertilidade da terra, e o fato devia ser comemorado. E o povo extasiava-se com uma alegria inebriante.


Também há outra versão, em que a palavra pode derivar da expressão latina carrus navalis (carro naval), em referência à carreta em forma de navio usada em festas populares na Roma antiga. Enfim, o Carnaval hoje é festejado em vários países, como França, Itália, Portugal, Espanha, Suíça, Alemanha, Eslovênia, Austrália, Japão, Canadá, República Dominicana, Colômbia, Equador, Estados Unidos e, claro, Brasil, indubitavelmente o melhor Carnaval do mundo.


Nossa folia une gente de todas as classes sociais, irreverência, brincadeiras, criatividade, sensualidade e muito samba. Em vista da pandemia de covid-19, a tradicional festa de Carnaval está suspensa; vamos torcer para que no próximo ano a folia seja plena.


No momento, podemos apreciar um bom vinho em família ou com os amigos. Para esses dias quentes, o ideal são os rótulos leves e refrescantes para beber na praia, na piscina, no campo ou no sofá assistindo àquela série da hora.


Degustei um branco e um rosé do produtor argentino Luigi Bosca, da linha já conhecida La Linda. Os dois vinhos são muito intensos em frescor e total essência da fruta. Provei e aprovei ainda o francês Claude Val Blanc, do Domaine Paul Mas. Este traz na sua composição um assemblage de uvas cultivadas em Pézenas, no Languedoc-Roussillon, sul da França. Um rótulo sem muita complexidade, mas saboroso, bastante frutado, diferentão.


Na mitologia, Dionísio teria ensinado o povo a cultivar as uvas e produzir o vinho
Na mitologia, Dionísio teria ensinado o povo a cultivar as uvas e produzir o vinho   Foto: Reprodução/AT

O vinho nos anima, dá alegria, liberdade, mas também nos embriaga. Parcimônia e água, muita água são a saída. Para cada taça de vinho, beba duas de água.


Até a próxima taça!
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