Medo da rejeição? Neuropsicóloga de Santos ensina a lidar com o sentimento

A emoção é necessária, mas não pode nos dominar ou paralisar

Por: Giovanna Corerato  -  31/07/22  -  16:28
Todos nós experimentamos em maior ou menor grau a rejeição
Todos nós experimentamos em maior ou menor grau a rejeição   Foto: AdobeStock

Todos nós experimentamos em maior ou menor grau a rejeição, os golpes na autoestima, a dor da exclusão ou do cancelamento, termo que as redes sociais cunharam para definir famosos ou pessoas que tomam alguma atitude que diverge de seus seguidores e passam a ser evitados por causa disso. Esse medo de ser rejeitado costuma nos abalar e, muitas vezes, nos guiar, afinal, quem não busca a aprovação alheia? Só que a vida real parece-se mais com o famoso ditado: “não se pode agradar a gregos e troianos”.


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É preciso entender que o medo é uma emoção primária, básica à condição humana e muito importante para a nossa sobrevivência. Todo mundo o sente, em momentos diferentes e em intensidades distintas. O medo liga o sinal de alerta, do “ei, atenção, perigo!” Age como mecanismo de defesa com o objetivo de preservar a vida. “Ter medo não faz de ninguém incapaz. Por outro lado, permitir que ele nos domine pode gerar consequências devastadoras. O temor da rejeição tem a ver com um repertório de avaliação negativa de si mesmo nos outros, no qual a pessoa busca aceitação e aprovação em virtude do receio de não atingir uma expectativa predeterminada”, afirma a neuropsicóloga Gabriele Lauer.


Ela conta que muitas pessoas temem ser rejeitadas porque consolidaram pensamentos, interpretações e crenças ao longo da vida sobre si mesmas. “Esse sentimento influencia comportamentos e gera conflitos nos relacionamentos, levando a uma sensação de vazio, desamparo, desânimo, laços de apego inseguros ou evitativos. Dessa forma, a pessoa passa a controlar suas reações ou as relações, não se permitindo conectar afetivamente de forma natural com o meio”.


Como pode atrapalhar?
O receio da rejeição pode atrapalhar a vida das pessoas gerando dificuldade para demonstrar emoções, falta de assertividade, insegurança e confusão a respeito da própria identidade. “A pessoa que passa por isso adota um comportamento passivo em relação ao outro; ela tende a ficar se anulando para agradar ou ser aceita pelo outro”.


Além disso, esse problema pode gerar algumas questões mais graves, como fobias, depressão, transtorno de ansiedade. Em determinados níveis, atrapalha as amizades, o relacionamento, a criação de filhos e o trabalho. A pessoa tem dificuldades para tomar decisões e até liderar.


Como lidar
Falar sobre as experiências difíceis vivenciadas na infância ao longo da vida pode ajudar a pessoa a compreender melhor a própria personalidade e seu sistema de crenças pessoais, como estilo de autoestima, comunicação e relacionamentos, ressignificando as relações e sobretudo as ações.


Um profissional de saúde mental como um psicólogo ou psiquiatra pode recomendar um processo de autoconhecimento, com desenvolvimento da autoestima, mudanças no estilo de vida, desenvolvimento de habilidades sociais, atividades de bem-estar e realização pessoal.


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