Claudia Leitte mostra lado mãe, boa forma e vida nos Estados Unidos

Qual é o Balanço dos 20 anos de carreira?

Sinto como se tivesse vivido várias vidas, para cada álbum, cada show, cada turnê. Nesses 20 anos, eu mostrei diversas facetas com a minha arte. Me arrisquei, tive medo e fui com medo mesmo, porque a minha fé é maior. E mesmo em um constante ciclo de sonhar, buscar e agradecer, eu nunca perdi a minha essência. Vejo que transitei por vários nichos, conheci muita gente que se identificou com a minha arte, me marcou como cantora e me ajudou a não só apurar cada vez mais minha identidade como também me ajudou no amadurecimento como ser humano. É clichê, mas “a vida é a arte do encontro” e eu valorizo isso. Acho que um dos maiores desafios é manter-se atual. De certa forma, vejo isso como algo que me motiva e que sempre fez parte do meu ser, que me leva a sair de possíveis zonas de conforto e crescer como artista e pessoa. Tudo isso é para dizer que o que vem pela frente é maior, mais forte, mais potente! Se Deus quiser! Digo e repito: eu só estou começando!

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Faria algo diferente?

Não guardo arrependimentos, apesar de que talvez eu teria feito muita coisa diferente, em vários aspectos da minha jornada, se eu tivesse a cabeça que tenho hoje. Por exemplo: agiria diferente na questão organizacional, no business. É um aprendizado constante! Um dos maiores aprendizados, com certeza, é sobre o valor do outro e sobre os sinais que a vida nos dá. Quando algo acontece ou alguém aparece no nosso caminho e isso nos toca de alguma forma, não podemos ignorar! Para percebermos esses sinais, é muito importante que saibamos silenciar, que tenhamos a cabeça no lugar, porque é mais do que intuição, sabe? É quando você enxerga um erro além do próprio erro, é quando você tem a sabedoria de deixar a impulsividade de lado e agir com a cabeça lá na frente.

A sua reinvenção ao longo do tempo foi algo consciente e planejado?

Às vezes, sim; às vezes, não. Eu gosto de acompanhar as tendências, mas, ao mesmo tempo, amo me diferenciar e trazer novas perspectivas. Então, há vezes em que eu faço uma megapreparação. Ensaio, desenho, planejo... E há vezes em que Deus me guia e toda a coisa flui, sabe?

É workaholic e autocrítica demais?

Sim, e estou sendo autocrítica comigo, para responder a essa pergunta (risos). Eu amo o que faço. Esse é o ponto de partida. Adoro pensar na reação do meu público, na emoção que vou causar. O planejamento, as gravações, os ensaios, meu escritório... Acompanho tudo de perto.

O que pode adiantar das comemorações dos 20 anos de carreira?

A celebração está pronta e programada, não vou revelá-la por completo ainda, ela chegará aos poucos, até por conta das limitações para a realização de eventos. Mas é um show que sempre quis fazer, são ideias que sempre pensei em executar e agora vou conseguir! Quero viajar pelo País todo e comemorar ao máximo.

O Marcio Pedreira, além de seu marido, é seu empresário. O que é mais importante na parceria profissional com ele?

O Marcio é um homem que me entende como ninguém. Acho que o mais especial na nossa relação é a maneira como nos vemos como profissionais e os detalhes de cada passo da minha carreira. Tudo de uma forma que não ultrapassa o entendimento de que há um ser humano ali. No meio artístico, muitas vezes, o artista é visto com um olhar tão voltado ao mercado, aos produtos e ao dinheiro que essa humanidade chega a faltar. Eu e o Marcio nos completamos nas ideias.

E como é a Claudia enquanto mãe?

Sou uma mãe que cresceu e amadureceu como pessoa. Atenciosa e carinhosa, mas enérgica. Eu sou o que sou por eles (Davi, de 12 anos, Rafael, de 9, e Bela, de 2).

Já está adaptada à vida nos EUA?

Eu tenho uma rotina de trabalho com compromissos tanto nos EUA quanto no Brasil. Fico indo e vindo. É cansativo, mas faz parte! A decisão de morar nos EUA e essa minha rotina também têm muito a ver com a minha família ser prioridade. Então, tudo precisa ser balanceado.

Você falou bastante em Deus. Como é a sua relação com a fé?

Sou muito apegada à minha fé em Deus. É o que mantém os meus pés no chão e o que me faz querer acordar todos os dias sendo uma pessoa melhor. Não sigo religião específica, mas tenho uma espiritualidade.

Você é muito elogiada por sua boa forma. Como cuida da sua saúde?

Boa forma no meu dicionário quer dizer quando se tem saúde e autoestima, e isso não tem relação com a estética (risos). Possuo uma genética que me privilegia muito no quesito de disposição física e sempre segui todos os cuidados necessários para a boa saúde, de um jeito natural. Nunca fiz uma dieta mirabolante, por exemplo. Eu já senti certa pressão para estar dentro dos padrões, só que nunca me rendi a isso, nunca me senti refém dessa ideia. Valorizo muito o tempo que eu reservo para o cuidado pessoal, e respeito os limites e o tempo que meu corpo pede.