Fobia: especialista de Santos explica sobre 'medo excessivo' do transtorno da ansiedade
Fobia afeta cerca de um em cada cinco brasileiros; tratamento deve ser individual, conforme contexto psicossocial
Muito além do medo — uma emoção que pode ser sentida em determinada situação de desconforto, mas logo passa —, a fobia é capaz de paralisar um indivíduo e gerar obstáculos para sua vida. Ela é um transtorno de ansiedade que afeta um em cada cinco brasileiros, aproximadamente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, em 2019, dados que indicam 19% dos cidadãos convivendo com o problema.
De acordo com a psicóloga e psicoterapeuta Nathalya Ferraz de França, as fobias são caracterizadas pela reação desproporcional a algo ou uma situação. “É o medo excessivo que não representa, de fato, o perigo sentido.”
Medo ou fobia?
A definição do que se trata depende da reação que cada um dos problemas pode proporcionar. Nathalya explica que, se a pessoa tem consciência do que ocorre e exerce o autodiálogo, há como compreender o medo. “É possível questioná-lo e não permitir que nos paralise, e sim que sirva como uma ferramenta de alerta e proteção.”
A também psicóloga Mariana Gomes do Rosário afirma que a fobia é “incompatível com a realidade e com as possibilidades de perigo real que uma situação apresenta”. Ela acrescenta que o transtorno é capaz de desencadear crises de ansiedade. “Traz prejuízos sérios, cognitivos, sociais e emocionais.”
Fobias mais comuns
Em uma sociedade com indivíduos que sofrem transtornos de ansiedade, é comum conhecer quem passa por problemas do tipo.
Entre os casos comuns, Nathalya aponta claustrofobia (medo de lugares fechados e apertados), agorafobia (medo de situações que possam causar pânico) e fobia social (medo excessivo de situações em que a pessoa possa ser alvo de julgamentos).
Tratamento
Como os medos fazem parte de experiências de vida, é preciso tomar cuidado com as possíveis consequências deles. “Se impedem a sua autonomia, o seu ir e vir, é hora de prestar atenção e procurar um especialista”, explica Mariana.
O tratamento, de acordo com Nathalya, deve ser analisado de forma individual e de acordo com o contexto psicossocial e as necessidades do indivíduo.
“É realizado por psicólogos, com sessões de psicoterapia, que vão abordar e trabalhar as questões emocionais e psicológicas, e com psiquiatras, que farão o diagnóstico e avaliarão a necessidade do uso de medicamentos.”