Dia mundial do Hambúrguer: conheça a história e aprenda como fazer em casa
Ícone da comida rápida, ele ganhou status gourmet com preparo artesanal e ingredientes de qualidade
Consagrado como a principal especialidade do fast food, o hambúrguer, nos últimos anos, foi alçado a um status gourmet, com ingredientes nobres, em receitas autorais com assinaturas de chefs. Tem até um dia mundial só dele, comemorado neste sábado (28).
Ainda antes do início da pandemia, as hamburguerias artesanais já dominavam o cenário gastronômico, com sanduíches de carne alta e rosada, muito queijo e adições como jalapeño, geleias e, claro, muito bacon.
Eles continuam queridinhos, mas agora dividem os holofotes com os fininhos smash burgers, que resgatam os clássicos, mas agora sem nada industrializado, tudo feito artesanalmente. É o retorno do disco fininho, mas feito com carnes de qualidade e teor balaceado de gordura.
Alto ou fininho, o certo é que o hambúrguer artesanal caiu no gosto do brasileiro. Preparado com misturas de carnes (geralmente guardadas a sete chaves) e modelado individualmente pouco antes de ir para a chapa, eles ficam suculentos e são a estrela dos sanduíches.
Campeão no delivery
De acordo com levantamento feito pelo iFood, os pedidos de hambúrgueres lideraram nos fast foods o ano passado, com crescimento de 140% entre março de 2020 e março de 2021. No mesmo período, o número de hamburguerias cadastradas na plataforma teve alta de 104%.
O iFood ainda destacou que, entre janeiro e novembro do ano passado, foram vendidos mais de 100 milhões de burguers em todo o Brasil, o equivalente a cerca de quatro hambúrgueres por segundo.
E aqueles mais tradicionais, com queijos cremosos e bacon, continuam com a preferência. Segundo Alécio Junior, gerente do Wall Street Bar, em Santos, das oito opções do menu, o mais pedido é o Burg2 (burger de 120g, cheddar, barbecue, bacon crocante e cebola caramelizada).
Melhor do Brasil
Na Seven Kings, o sanduíche mais vendido é o Camemburguer, que tem um queijo camembert inteiro empanado, além de 180g do blend de carne da casa, bacon, maionese e pão de cará. Foi ele que levou o troféu no programa de Ana Maria Braga em 2017 e atrai turistas de todo o Brasil para Santos.
Desde então, já foram vendidos 52.252 camemburguers, do total de 233.486 sanduíches servidos na loja santista. Na hamburgueria, todos os sanduíches podem ter a carne substituída pela opção vegetariana.
No Burguerama, segundo o gerente Fabio Oliveira, os mais simples são carro-chefe, mas quando há promoções como a do Dia do Hambúrguer. “Os cliente aproveitam para pedir os mais nobres, como com carne de picanha”.
No Terminal BBQ Steak House, o hambúrguer mais vendido na casa é o T-1 (burger, cebola caramelizada, creme de queijos e maionese da casa - R$ 35). O cliente pode ainda adicionar aos lanches o mar de queijos (R$ 9), que torna o lanche, inclusive, instagramável, com muitas postagens nas redes sociais.
Uma história de sucesso
O hambúrguer, quase sempre associado aos Estados Unidos, chegou à América do Norte pelas mãos de imigrantes alemães vindos dos arredores de Hamburgo, onde se comia a carne moída modelada e colocada no pão. Razão, inclusive, pela qual seu primeiro nome no Novo Mundo foi hamburg steak ou “bife de hamburgo”.
Mas, claro, que os alemães não foram os primeiros a moerem a carne. Nem se sabe quem foi. O hábito de triturar carne para torná-la digerível remonta provavelmente a períodos anteriores ao Homo erectus. Já o hábito de colocar modelar a carne como um hambúrguer vem do Império Mongol.
No Brasil
A chegada do hambúrguer nos costumes do brasileiro deve-se ao jogador de tênis estadunidense-brasileiro Robert Falkenburg, que abriu, em 1952, na cidade do Rio de Janeiro, a primeira lanchonete em estilo norte-americano da cidade: o Bob’s.
COMO FAZER EM CASA
Para preparar em casa um hambúrguer saboroso e suculento, é preciso fazer uma mistura de carnes e gorduras, chamada de blend. A seleção das carnes pode alterar o sabor e a textura do hambúrguer. Aconselho escolher uma carne da parte dianteira do boi, como peito, acém ou paleta, e a fraldinha. Muitas pessoas utilizam o patinho, mas ele não tem muita gordura, o que prejudica o resultado final.Segundo passo: misturar as carnes selecionadas e separar em hambúrgueres de mais ou menos 180g. Faça uma bolinha com a carne e jogue de uma mão para a outra para unir as fibras da carne. Isso evita que o hambúrguer fique rachado na hora de grelhar. Faça isso cerca de 20 vezes. Molde o hambúrguer em formato circular de forma que ele fique maior que a circunferência do pão. Em casa, é possível grelhar na frigideira. Mas, faça um de cada vez. Se você colocar muitos hambúrgueres na frigideira, a carne vai reduzir a temperatura da frigideira, ele não vai grelhar e vai acabar cozinhando. Se tiver uma chapa de ferro para colocar em cima do fogão, é melhor ainda.
Como temperar o hambúrguer?
Tempere apenas com sal na hora de grelhar.
Nada de creme de cebola, ovo, farinha para ‘dar liga’. Você tem que saber que a carne é o ingrediente mais importante do seu sanduíche. Você tem que sentir o sabor da carne.
Use condimentos, se desejar, mas após grelhar.
Qual o ponto certo da carne?
O ponto ideal depende do gosto de cada um. A carne ao ponto, rosada por dentro, tem a melhor suculência, melhor textura e melhor sabor.
Quanto mais passada, menos saborosa e menos suculenta.
Quais os principais erros ao fazer um hambúrguer em casa?
Além da ‘liga’ com ovo, farinha ou creme de cebola, deixar a carne queimar ou passar do ponto desejado. Outro erro é usar ingredientes de qualidade duvidosa: a carne é o principal ingrediente e os cortes dianteiros são ótimos e mais baratos do que os traseiros. Pode usar acém, pode usar paleta ou peito bovino, mas tem que ser carne fresca. E, é melhor fazer um bom cheese burger com carne e queijo de qualidade, do que botar diversos ingredientes e eles não terem qualidade.
Posso congelar o hambúrguer?
O ideal é comer o hambúrguer fresco, mas você pode congelar ele ainda cru. Depois de grelhado, não é indicado.
