Casal de refugiados sírios encontra recomeço com restaurante em Santos

'Porta aberta' na Baixada Santista mudou o destino de Salam Al-zubedi e Ola Barade

Por: Fernanda Lopes  -  17/12/21  -  09:14
Atualizado em 17/12/21 - 09:34
Pastas, tabule, quibes, esfihas, charutinho e outras delícias do oriente
Pastas, tabule, quibes, esfihas, charutinho e outras delícias do oriente   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Um pedacinho da Síria em Santos. Assim é o Damasco 013, restaurante do casal de refugiados sírios, Salam Alzubedi e Ola Barade. Ele, especialista em Tecnologia da Informação (TI) e professor de inglês, e ela, bioquímica, decidiram comercializar suas especialidades culinárias após amigos elogiarem e incentivarem o negócio.


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“Começamos a fazer eventos, mas veio a pandemia e paralisou tudo. Depois, retomamos com o delivery”, diz Salam. Agora, estão com um espaço dentro do Clube XV, em Santos, aberto ao público em geral.


Encontrar uma porta aberta em Santos mudou o destino do casal. Quando a guerra destruía sonhos de futuro na Síria, eles decidiram que o melhor seria encontrar uma maneira de sair do país. “Vimos que o Brasil, na época (em 2014), estava recebendo refugiados e lembrei que um dos meus alunos de inglês on-line era brasileiro”, conta Salam. O aluno era o médico santista Marcio Aurélio Soares, que ajudou Salam na sua mudança, abrigando-o em sua casa na Vila Belmiro.


“Ele combinou de me buscar no aeroporto, mas quando eu desci do avião, foi como um despertar. Pensei: estou em um país estranho, sozinho, sem falar a língua e sem emprego”. Mas deu tudo certo.


O médico estava à sua espera e o ajudou até que conseguisse um trabalho e pudesse se manter sozinho. O emprego também veio por meio de uma mão amiga. Dessa vez do conterrâneo de Damasco, Elias Bakhos, fundador do Restaurante Beduíno.


“Ele conhece muita gente aqui e me indicou para uma vaga. Eu nem falava português, mas passei na entrevista em inglês e até hoje estou na mesma empresa, na área de TI”. Assim, Salam pôde trazer a esposa Ola e, hoje, já vieram também irmãos dela e dele, com os cônjuges. “Estivemos na Síria ano passado, mas não víamos a hora de voltar. Já nos sentimos em casa em Santos, que é a terra natal da nossa filha, Julia, nascida aqui”, reflete Salam.


No momento, o local funciona como lanchonete, com especialidades como esfihas de carne, frango catupiry, espinafre com uvas passas, ricota com azeitona e tomate seco (R$ 6,50), cuja massa é levinha e os recheios caprichados; quibe frito bem sequinho (R$ 4), beirutes (a partie de R$ 28) , doces árabes (R$ 7) etc.


Prove a Muhammara, pasta de pimentão com nozes, que é deliciosa (R$ 16,25/250g), assim como o homus (R$ 16,25/250g), o babaganuche (R$ 16,25/ 250g ou a coalhada seca (R$ 16,25/250g), que são bem autênticas. É possível também encomendar pratos como arroz marroquino (R$ 15/250g), arroz com lentilhas (R$ 15/250g), o diferente arroz de Damasco, que tem legumes e açafrão (R$ 16,25/250g), charutinho em folha de uva (R$15/250g) kafta (R$ 18,75/250g), quibe cru (R$ 18,75/250g), tabule (10/250g). “Em breve, teremos almoço e jantar no Clube XV”, explica Salam. Eles também fazem eventos e aceitam encomendas.


SERVIÇO: Av. Washington Luiz, 565, 4º andar. Abre de segunda a sábado, das 10h às 21 horas e domingo, das 10h às 17 horas. Delivery pelo WhatsApp 99609-9494.



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