Dia de Doar terá grande campanha e deve reunir milhares de organizações
Com a proximidade de Natal, a vontade de fazer algo pelo próximo se intensifica. Seja com dinheiro, seja com carinho, a solidariedade aumenta.
Já existe um dia para todos pensaram no valor de fazer uma doação. Será na próxima terça-feira (3). O Giving Tuesday (terça-feira de doação, em inglês), como é conhecido lá fora, ocorre sempre na primeira terça-feira depois do Thanks Giving (Dia de Ação de Graças), seguindo as datas comerciais já famosas como Black Friday e Cyber Monday.
A Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), representante oficial da data no Brasil, quer mobilizar a todos e fazer com que o movimento, presente oficialmente em 45 países, fomente a doação como um hábito na Baixada Santista e no resto do País. No ano passado, foram mais de R$ 1,2 milhão em doações, impactando 22 milhões de pessoas nas mídias sociais com a hashtag #diadedoar. Nesta terça, uma grande campanha reunirá milhares de organizações preparadas para receber doações e milhões de brasileiros demonstrando seu apoio.
“O Dia de Doar está envolvendo cada vez mais doadores e doações. Devemos crescer entre 15 e 20% este ano. Quanto mais pessoas divulgarem o movimento, mais fortaleceremos a solidariedade”, conta João Paulo Vergueiro, diretor da ABCR, acrescentando que o site www.diadedoar.org.br traz várias dicas para quem quer organizar uma campanha, elaborar um plano de trabalho, montar sua equipe, criar uma estratégia de comunicação e “bombar” nas redes sociais.
Generosidade à brasileira
De acordo com o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), o mais fácil é dizer que o brasileiro não tem essa cultura. Mas isso não é verdade. Sua pesquisa mais recente, divulgada em fevereiro, descobriu que 7 em cada 10 pessoas fizeram uma doação nos últimos 12 meses a uma organização sem fins lucrativos/caridade, igreja ou organização religiosa, ou ainda a outra pessoa. E 70% preferiram utilizar dinheiro. Entre as principais motivações, metade quer se sentir bem consigo mesmo, 42% se importam com a causa e 40% sentem vontade de ajudar os mais necessitados.
Precauções
Para quem ficou a fim de doar, a diretora de comunicação do IDIS Andréa Wolffenbüttel compartilha algumas precauções que toma para reconhecer ONGs confiáveis. Tem site? Deixa claro como ser contatada? Quem trabalha nela e quem está no comando? O que realmente faz? Tem registros dessas atividades? Quais os resultados? Quem são os parceiros? “Muita gente diz que não doa por não confiar no que será feito com o dinheiro. Então, quero ajudar a superar esse temor e a construir laços de confiança com as ONGs. Isso será bom para eles, para as organizações e para o Brasil!”.
Menos que um cafezinho
Após diagnóstico de câncer em agosto, o jornalista Gilberto Dimenstein promoveu campanha de doação ao Instituto Horas da Vida, no qual médicos e profissionais da saúde atendem voluntariamente pessoas assistidas por instituições com trabalho social reconhecidoem São Paulo, como APAE deSão Paulo e Instituto Baccarelli.
“Impossível não pensar em como sou um privilegiado: tenho um bom plano de saúde e acesso aos melhores médicos. Daí surgiu a melhor coisa que fiz para lidar com essa sensação. E agradecer. Ajudei a criar, ali mesmo no hospital, uma campanha de comunicação para que mais pessoas pudessem ter um acolhimento precoce. E tudo por 1 real”, relata Dimenstein. Um dos seus médicos gostou tanto da ideia que decidiu ir além e bancar do próprio bolso um ano de apoio à Orquestra Sinfônica Heliópolis, assistida pelo Horas da Vida.
Carinho neste Natal
Há quem prefira fazer trabalho voluntário. Estimuladas pela solidariedade, é comum ver pessoas irem atrás de ações sociais nesta época do ano. Segundo Marcelo Nonohay, referência na área de voluntariado e diretor da MGN, empresa especializada em projetos de transformação social, há muitas opções, que podem tornar-se práticas contínuas em 2020.
Exemplos: oferecer seu tempo a instituições que acolhem vulneráveis; participar de grupo que realiza ações com pessoas em situação de rua; contar histórias, cantar canções natalinas ou levar outro tipo de arte a hospitais ou ONGs; dar aulas a pessoas que não podem pagar pelos estudos; organizar uma campanha de doações de presentes, cestas de Natal, roupas, brinquedos.
Para escolher o que mais combina com seu perfil, Marcelo sugere seguir seis passos:
- Primeiro é identificar com qual causa ou público tem mas afinidade de trabalhar.
- Segundo é escolher a instituição (visite, converse, analise a distância da sua casa...).
- Terceiro: eleger a sua forma ideal de colaborar.
- Quarto passo: comprometa-se com o que está ao seu alcance.
- Quinto é conhecer as políticasde atuação.
- Sexto: não ultrapassar seus limites. Pessoas precisando dasua doação, seja ela qual for, não vão faltar!