Arquitetos de Santos dão dicas para escolher o piso de áreas externas

A escolha do piso para áreas externas parece ser um assunto simples, mas é algo muito mais delicado do que parece. Afinal, existem vários tipos no mercado, desde os modelos mais econômicos até os mais caros.

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De acordo com o mestre em Arquitetura e coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Vanderlei Rotelli, na hora de definir o piso para o quintal é necessário levar em conta a forma como aquele espaço tende a ser usado e o perfil das pessoas que vão utilizá-lo mais.

Ou seja, se serão crianças, idosos, animais de estimação... Além disso, é importante considerar se o quintal terá vaga de estacionamento, uma piscina ou uma churrasqueira.

“Para áreas externas, de modo geral, os pisos mais indicados são os cerâmicos, porcelanatos e cimentícios, como o bom e velho cimentado, além dos modelos emborrachados, principalmente nos espaços para crianças. As pedras naturais também são uma opção muito interessante, mas apresentam custo maior”.

Os pisos cimentados costumam ser os mais baratos e mais fáceis de serem executados. Por outro lado, os cerâmicos e os porcelanatos são mais comuns e simples de limpar, diz Rotelli.

“Os custos acabam sendo relativos, já que é preciso lembrar que o piso do quintal pode durar muito tempo e o investimento tenderá a se diluir, ao longo desse período. A dica é procurar uma promoção ou pisos que estejam saindo de linha e que têm custos menores. Deve-se comprar algumas peças extras para as futuras manutenções”.

Pets, área da piscina...

Para quem tem animais de estimação, o piso menos indicado é o emborrachado. “O importante é que o modelo possua uma textura antiderrapante, para evitar que o bichinho escorregue ou se machuque”, observa o mestre em Arquitetura. E para quem tem garagem, o piso também deve ser antiderrapante.

“O cimentado se mostra interessante, assim como os modelos cerâmicos, mas é importante entender se a garagem está ligada à área de lazer, para que os pisos escolhidos para esses espaços combinem. Na garagem, pode valer a pena utilizar um piso do tipo concregrama, que são blocos de concreto intercalados com grama. Além de suportar o peso do veículo, ele não deixa aparecer as manchas de óleo que podem surgir por causa de eventuais vazamentos no carro”, comenta Vanderlei Rotelli.

As áreas molhadas, próximas à piscina, são outros locais que pedem pisos antiderrapantes. As cerâmicas, por exemplo, não são classificadas como antiderrapantes e, sim, como modelos texturizados. Já para a área da borda da piscina, o ideal é que seja utilizada uma pedra com acabamento apicoado, que vai evitar escorregões.

Misturando modelos

Fazer uma área externa como o quintal com vários tipos de piso pode ser uma escolha interessante. De acordo com Rotelli, os modelos podem ser usados para demarcar espaços, isso é, um piso irá delimitar a garagem; outro, a área de lazer; uma terceira opção, o cantinho gourmet.

“O importante é que os pisos utilizados combinem, que eles tenham características, cores e texturas semelhantes”, explica Vanderlei Rotelli.

No tom certo

Em relação à escolha das cores que podem ser utilizadas no quintal, o mestre em Arquitetura e docente da Unimes alerta para que essa definição seja feita com cuidado e planejamento. “Pode ser interessante preparar um desenho, uma projeção antes de efetuar a compra e a instalação, para que a pessoa tenha uma noção mais exata de como vai ficar. É importante lembrar que, em uma loja, vemos uma parte pequena do piso em exposição e que o quintal onde ele será instalado pode ser bem grande, de modo que há chance de o resultado ficar bem diferente do que se imagina”.

Mais cuidados

A arquiteta Shirley Vaz Vedovate acrescenta que na hora da escolha do piso mais adequado para áreas externas como quintal, varanda, piscina e garagem é necessário levar em conta também a quantidade de pessoas que irão transitar pelo local e quais serão os processos de limpeza e a frequência com que serão realizados, pois alguns materiais apresentam resistência menor e sofrem desgaste conforme são expostos a produtos químicos.

“É imprescindível que os modelos cerâmicos aplicados em áreas externas e molhadas possuam baixo índice de absorção de água e pouca expansão por umidade. Para isso, é importante atentar-se à porosidade e à permeabilidade da peça. Essas áreas da casa geralmente são maiores e costumam ficar mais expostas à sujeira e à gordura”, diz Shirley.

Ainda de acordo com a arquiteta, o piso de concreto é uma das melhores opções, assim como a pedra e o porcelanato.