Senado aprova MP que aumenta a duração das linhas pelo FGTS
Agora é possível pagar em até 35 anos, o que deve baratear as prestações
Nas duas últimas décadas, o financiamento imobiliário ganhou o empurrão dos prazos mais esticados para pagar a casa própria, como 15, 20 ou até 25 anos. Na semana passada, o Senado aprovou a medida provisória que permite empréstimo habitacional em até 35 anos, chegando a 420 prestações.
Esse prazo será exclusivo para financiamento imobiliários com recursos do Fundo de Garantia do Tempo do Serviço (FGTS), como é o caso hoje das linhas Casa Verde e Amarela, voltada à baixa renda, e Pró-cotista, que beneficia a classe média. Entretanto, com base nos anos anteriores, os prazos mais espaçados costumam influenciar os demais mercados e suas linhas nos anos seguintes.
A representante da RNA Invest, Natália Gallotti Lopes, acredita que esta decisão será positiva e vai trazer mais interessados em adquirir a casa própria, com melhores condições. “Essa alteração no prazo permitirá um salto no número de famílias buscando financiamento”.
Para a economista, o motivo principal disso é a redução no valor da parcela potencializando a capacidade de compra da população. Segundo ela, a alteração pode trazer um grande fomento para a economia, já que a construção civil é responsável por 8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “Esse aumento também traz mais busca por novos empreendimentos, o que automaticamente vai gerar ainda mais empregos”.
Procurada por A Tribuna, a Caixa afirmou que aguarda a sanção presidencial para que a mudança passe a ser efetiva. Mesmo assim, o banco estatal afirma que começou a estudar meios e valores para se encaixar na nova lei, sem dar detalhes.
Quitação antecipada
Porém, é muito comum os mutuários da casa própria quitarem seus financiamentos antes do prazo final. Segundo estimativa de uma instituição financeira, em média, a quitação definitiva do crédito habitacional ocorre no 15º ano, portanto, por volta de uma década antes do prazo máximo.
O meio mais popular para antecipar o pagamento do financiamento é usar saldo da conta do FGTS periodicamente, como a cada dois anos. Também é possível pagar todo o saldo devedor caso haja verba suficiente. Outra opção é usar o FGTS para aliviar a prestação no caso da Caixa.
Segundo o site do banco, é possível usar o saldo na conta do FGTS para reduzir em até 80% o valor das prestações em até 12 meses consecutivos. Porém, todas as regras que envolvem o FGTS são definidas pelo Conselho Curador do fundo, o que na prática significado que podem ser alteradas.
A outra opção é usar recursos próprios, como formação de poupança ou venda de algum bem, como o carro, para quitar o financiamento e virar dono de vez do imóvel.
