Construtoras tem linhas próprias para financiamento de imóveis na Baixada Santista

Crédito das incorporadoras possui condições mais flexíveis

Por: Carlos da Hora, colaborador  -  16/07/22  -  12:37
Linha de crédito pode cobrir metade do valor do imóvel
Linha de crédito pode cobrir metade do valor do imóvel   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

O financiamento direto com a construtora, também conhecido como juros do construtor, é uma prática muito comum no mercado imobiliário da Baixada Santista. O atrativo dele é ter regras mais flexíveis do que as linhas de crédito bancário tradicionais.


Segundo profissionais do setor, por lei, durante o andamento da obra, a empresa só pode cobrar a correção pelo Índice Nacional de Custo de Construção (INCC). Este indicador calcula a inflação com mão de obra e materiais da construção.


Após a obra, as construtoras costumam utilizar o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) mais taxa de 1% ao mês. De acordo com o CEO da Engeplus, Roberto Barroso, algumas incorporadoras optam pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 1%.


Por meio do crédito direto com a construtora, segundo profissionais do setor, o comprador consegue quitar entre 40% e 50% do valor do imóvel se o financiamento for iniciado durante a obra. Se esse empréstimo for contratado, por exemplo, faltando um ano para o apartamento ficar pronto, a cobertura seria de 25%.


Geralmente, no início do financiamento, as construtoras pedem entre 15% a 20% do preço do imóvel como sinal, além de 0,5% adicional nas parcelas mensais. Variando de empresa para empresa, há o pagamento de 1% a mais semestralmente. Durante a entrega das chaves, o contrato prevê a quitação de 15% do valor do imóvel.


Não existe um índice fixo de quanto a construtora pode financiar, chegando a até 90% do valor total. Hoje, com um financiamento bancário, os juros vão a 12% ao ano. Conforme Barroso, nas construtoras a taxa chega a 23%, sendo possível procurar um banco para financiar o imóvel após o fim da obra.


A vantagem do crédito direto na construtora é a flexibilidade para o pagamento, desde conseguir um desconto em caso de antecipação das parcelas à renegociação da dívida. Em caso de imprevistos, esse formato também possibilita que o comprador fique alguns meses sem pagar as prestações, aumentando o prazo do empréstimo. “Toda essa flexibilização é boa e atrai os interessados. Com o banco, se pararmos de pagar durante três meses, estamos fora da casa. Obviamente a taxa é menor, mas no geral é complicado lidar com toda esta rigidez do sistema bancário”, resume o CEO da Engeplus.


A Miramar Construtora afirma que está na fase final dos trâmites para iniciar este tipo de financiamento, diz o gerente financeiro do Grupo Mendes, Davi Pecin, “A entrega da unidade, por ser um momento tão esperado, sendo para muitos a realização de um sonho, é um momento importante. Oferecer mais uma opção de financiamento aos nossos clientes é uma forma de deixá-los mais seguros neste passo”.


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