Câmara Brasileira da Indústria da Construção quer articulação para vencer desafios do setor

O presidente da entidade, José Carlos Martins, participou do encontro promovido pelo Grupo Tribuna

Por: Redação  -  10/07/22  -  17:29
Atualizado em 10/07/22 - 22:28
Durante a pandemia, 16% das novas vagas de emprego foram abertas na construção civil
Durante a pandemia, 16% das novas vagas de emprego foram abertas na construção civil   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, afirmou durante sua palestra no Summit da Construção que o momento para o setor é de muita articulação. O ano de eleições gerais e incertezas sobre o que virá nos próximos meses tornam 2022 propício para que o segmento se mantenha articulado e atento às campanhas e propostas apresentadas não só pelos candidatos aos executivos, como também aos legislativos.


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Para Martins, o setor também deve lançar mão de sistemas construtivos alternativos aos que são utilizados nos dias atuais. A compra associativa junto a fornecedores e a aquisição de matéria-prima vinda de fora são caminhos possíveis.


O executivo da CBIC entende que é necessário analisar os perfis de todos os candidatos que vão concorrer às eleições deste ano. "Um trabalho para nós, que atuamos no setor, é buscar candidatos que apoiem e deem valor para a construção civil. Temos que jogar junto dos que jogam com a gente", disse.


Importância

Na palestra, José Carlos ainda voltou a falar sobre a importância da construção civil para a economia brasileira e que ambas caminham juntas. “O preço dos insumos é de fato o maior problema que o setor vem enfrentando durante estes meses. Isso está ligado também com o momento da economia do país, acreditamos que com o tempo se resolva”.


Mesmo diante dessa dificuldade, a projeção é de que o setor avance cerca de 3% durante este ano. O dado foi apresentado pela economista Ieda Vasconcelos, que também atua na CBIC. Anteriormente, a expectativa era de uma valorização de 2,5%. (veja matéria)


Em 2021, o setor manteve seu ótimo ritmo e fechou com alta de 9,7%, mostrando a força da construção civil mesmo durante a pandemia de Covid-19.


O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Summit da Construção

Com painéis e palestras apresentados no auditório do Grupo Tribuna na última segunda-feira, o Summit da Construção trouxe temas diferenciados para um público formado por construtores, incorporadores e demais setores que se relacionam com o segmento. A partir da próxima semana, A Tribuna encartará, aos sábados, cadernos temáticos com outras pautas sobre construção civil.


Números da pandemia

Ieda Vasconcelos, que atua na construção civil há mais de 30 anos, comemora a valorização do setor e lembra que a atividade representa 5,9% do total de vagas formais em todo o país. Segundo ela, durante a pandemia da covid-19, 16% das novas vagas de emprego geradas foram abertas na construção civil.



Esse comportamento em alta se mantém nos cinco primeiros meses deste ano (veja gráfico). O número de trabalhadores na construção cresceu 1,46% ao passar de 2,428 milhões em abril para 2,463 milhões em maio/22. O setor alcançou, em maio/22, o maior patamar de trabalhadores com carteira assinada desde o final de 2015.


Assim como José Carlos Martins cita a questão dos insumos como trava para um crescimento ainda maior, Ieda entende que o setor poderia estar vivendo um momento extremamente positivo se não fosse esse contraponto.


O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou grandes altas de junho de 2020 até maio de 2022. A porcentagem total valorizou 28,20%. Ainda assim, o número a ser observado é o INCC de materiais e equipamentos. Deste período citado, os custos destes insumos subiram 51,07%, aumentando assim mais da metade do preço dos mesmos.


E não foi só isso que valorizou. Houve um acréscimo na mão de obra e nos serviços, de 14,92% e 16,94% respectivamente. Os dados foram levantados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).


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