Navio cresce para cima ou para baixo?

Ao longo dos anos, uma palavra tem sido capaz de resumir a história dos navios de carga: evolução

Por: Maxwell Rodrigues  -  01/10/20  -  15:51
Atualizado em 11/05/21 - 14:00
 Ao longo dos anos, uma palavra tem sido capaz de resumir a história dos navios de carga: evolução
Ao longo dos anos, uma palavra tem sido capaz de resumir a história dos navios de carga: evolução   Foto: Arquivo/Carlos Nogueira/AT

São inúmeros avanços que tornam os navios cada vez mais econômicos, ecologicamente corretos, com mais segurança durante a navegação e, claro, com maiores capacidades de transportar cargas por todo o mundo.


Clique aqui e assine A Tribuna por apenas R$ 1,90. Ganhe, na hora, acesso completo ao nosso Portal, dois meses de Globoplay grátis e, também, dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Sendo assim, torna-se natural que grande parte da economia global esteja diretamente ligada às movimentações que acontecem sobre as águas.


A evolução dos navios não aconteceu apenas por conta dos avanços tecnológicos.
O aumento no volume de transporte de mercadorias foi o impulso para fazer as embarcações se tornarem mais potentes e maiores.


Nesta evolução, caso você pergunte para qualquer leigo se o navio cresce para cima ou para baixo certamente a resposta será: “para cima”.


É evidente que a engenharia evoluiu significativamente e hoje é capaz de resolver qualquer questão, mas a que custo?


Se os navios crescem para cima e não para baixo seria mais adequado construir uma ponte ou um túnel ?


Nesta mesma linha de raciocínio, qualquer pessoa que atue em mercado de riscos ou gestão de projetos tomaria a decisão de construir um túnel e não uma ponte , uma vez que a probabilidade de crescimento das embarcações é muito maior para cima do que para baixo.


A necessidade principal do crescimento é ampliar os tamanhos dos navios cargueiros para aumentar a capacidade de suas cargas.


Em 1977, a capacidade de um navio cargueiro era suficiente para transportar pouco mais de 3 mil TEUs. Em 1997, 20 anos depois, esse valor mais que dobrou, alcançando a marca de aproximadamente 8 mil TEUs.


Um grande salto aconteceu entre 2006 e 2017. Em meados de 2006, os processos de importação e exportação já podiam contar com meios de transporte marítimos capazes de levar mais de 15 mil TEUs. Em 2013, superou-se a marca de 18 mil TEUs; em 2014, 19 mil TEUs, e finalmente, em 2017 chegamos na casa dos 21 mil TEUs.


Com base nessa reflexão e de acordo com a necessidade local para mobilidade, fica evidente que uma ligação seca entre as margens de Santos e Guarujá é fundamental para o desenvolvimento regional e também do Porto de Santos.


Com os tamanhos impressionantes das embarcações, os portos também precisaram se adaptar para conseguir recebê-las, bem como as cidades que abrigam estes portos.


Dois fatores devem ser levados em consideração para definir qual a melhor solução para esta questão centenária em nossa região: ponte ou túnel?


O primeiro fator é atender à necessidade de todos os atores envolvidos nesse processo, neste caso, Porto e cidade. Sem pensar dessa forma, qualquer decisão será equivocada.


Já o segundo fator é decidir qual ligação seca e em quanto tempo teremos o equipamento disponível ao Porto e às cidades.


Diante desse debate centenário, percebemos que nem o primeiro fator e nem ao menos o segundo foram levados em consideração para que pudéssemos avançar nesse tema. Com isso, especulações continuam afloradas e partidários favoráveis e contrários aos projetos debatem teses que levam do ponto inicial ao final e vice-versa, sem nunca chegar a um consenso, pois focamos mais uma vez nos efeitos e não na causa que está escancarada.


Por enquanto, ainda não fomos nem de ponte e nem de túnel, pois ainda estamos indo ao encontro do debate infindável dessa questão, assistindo em cima de projetos e estudos elaborados os outros portos do Brasil e do mundo se desenvolverem!


Porto 360! Movimentando muito mais que informação.


Logo A Tribuna