Técnica vence crises de ansiedade e pânico para levar o Liceu São Paulo às semifinais
Rose Augusto comemora retorno ao posto de treinadora na Copa TV Tribuna de Basquete
O resultado final da 6ª Copa TV Tribuna de Basquete Escolar só sai no próximo sábado (9). Mesmo assim, uma pessoa já se sente vencedora, não por erguer uma taça, mas por triunfar na vida. Para ela, apenas o fato de estar de volta ao seu habitat, o banco de reservas, já é uma conquista que não se pode mensurar.
A personagem a quem o parágrafo anterior se refere é a técnica das equipes masculina e feminina do Liceu São Paulo, Rose Augusto. A educadora física retornou ao posto de técnica sete anos após uma crise de pânico, que a afastou do que mais ama, profissionalmente falando: comandar times em competições.
Para quem não sabe, a treinadora está na mesma escola há 32 anos. Lá, construiu uma história, principalmente trabalhando com handebol. Foram muitos os títulos, muitas as vitórias. Mas um rival surgiu de forma repentina, na quadra de sua mente, e a tirou do esporte por sete longos anos.
“Eu sempre fui muito competitiva. Queria ganhar, ganhar, ganhar… Eu vivia o handebol, a vitória era muito importante. Mas em 2015, em um jogo, eu perdi e não soube lidar com aquilo. Tive uma crise de pânico no ginásio do Sesc. As luzes se apagaram, o braço adormeceu, o coração batia que até doía. Tive a sensação de que estava tendo um AVC (acidente vascular cerebral). Precisei de socorro médico”, conta Rose.
Então, começou uma luta, com batalhas que ainda não terminaram. “Vi que eu precisava administrar melhor a tensão que tinha na quadra. Aquilo era uma doença e comecei a lidar com isso. Tomei medicamento, fiz terapia... Foi um processo longo e ainda estou neste processo. Ainda sofro. A crise não é algo que se domina muito fácil. Ainda tenho crise de pânico, problemas com lugar cheio. Mas estou aprendendo a administrar”.
Por causa deste quadro, não estava em seus planos voltar ao banco de reservas para estar à frente de uma equipe em campeonato. Mas pouco antes da atual edição da Copa começar, ela foi surpreendida ao ser chamada para substituir o técnico Daniel Leque, que não poderia conduzir o Liceu São Paulo. A convocação foi atendida.
“Quando aceitei o convite, veio o medo de passar mal. Foi no impulso, não tive tempo de pensar (no risco de ser técnica de novo). Quis ajudar a escola e não pensei (na hora). (Depois, me veio à mente:) agora, eu vou. É uma oportunidade de eu retornar”, declara.
E voltou mesmo, levando sua instituição de ensino às fases finais. Suas meninas e seus meninos estão nas semifinais, que acontecem nesta segunda-feira (4). O time feminino encara o Objetivo Peruíbe, enquanto os meninos pegam o Objetivo Santos.
Claro que ela espera ganhar estes jogos. No entanto, independentemente disso, ela se vê como alguém que já triunfou, ao menos sobre as crises de ansiedade e pânico. “Estar de volta acaba sendo uma vitória para mim”.
A 6ª Copa TV Tribuna de Basquete Escolar tem o apoio da Doutor do Sono Colchões e da Blue Med. A organização é da Associação Nacional de Esportes (ANE), com patrocínio por meio do Programa Municipal de Incentivo Fiscal de Apoio ao Esporte (Promifae), da Santos Brasil e COFCO International S.A, e conta com apoio da Prefeitura de Santos e do Sesc Santos.
Você pode acompanhar a cobertura completa do evento acessando o site e, também, pelo Instagram do Jornal A Tribuna, o @atribunasantos.
