Reciclar é vital, mas nem tudo pode; saiba o que deve ou não ser separado
Saiba o que deve ou não ser separado
O metal daquela latinha de refrigerante que você consumiu no fim de semana, caso descartada irregularmente na natureza, pode levar mais de 100 anos para se decompor. Por isso, é fundamental encaminhá-la para reciclagem. Mas você sabia que a lata de tinta não pode ter o mesmo destino? Tão importante quanto se conscientizar da necessidade de separar o lixo de casa é diferenciar o que pode ser reciclado ou não.
No caso do plástico, por exemplo, as embalagens de shampoo, detergente e as garrafas pet devem ser encaminhadas para a reciclagem, assim como o plástico de canetas esferográficas e baldes. Por outro lado, plástico tipo celofane e algumas embalagens metalizadas, como as de salgadinho, não podem.
Segundo o Instituto Gea, dedicado a projetos socioambientais, é preciso atenção na hora de separar o plástico. Esse material é proveniente de resinas, geralmente sintéticas, e derivados do petróleo.
A reciclagem é dificultada pela existência de inúmeros tipos diferentes de resinas plásticas que são incompatíveis entre si e não podem ser misturadas no processo. Isso porque podem perder suas qualidades de flexibilidade, resistência ou transparência.
Por esse motivo, os recicladores de plásticos utilizam-se quase que exclusivamente de matéria-prima advinda de resíduos industriais, pois esse tipo é normalmente constituído por uma só resina e não apresenta sujeira ou contaminação.
Sutileza com papéis
No caso dos papéis, há aqueles recobertos com outro tipo de material, como o plástico ou alumínio. Esses, segundo o Gea, são de difícil reaproveitamento, portanto são também considerados não-recicláveis.
“Um caso distinto, com relação a papéis em várias camadas, é o das embalagens cartonadas tipo longa vida, cujo material é formado por três tipos diferentes de matérias-primas (papel, alumínio e plástico). Sua reciclagem é possível, porém dificultada”, explica o Instituto.
Também devem ficar longe do lixo limpo não só a lata de tinta, da qual se falou no início da matéria, como também as de aerossol ou que tenham servido a produtos inflamáveis ou tóxicos que podem provocar algum tipo de contaminação.
O biólogo Carlos Perez afirma que é importante que as pessoas tenham conhecimento dessas informações. Isso, em sua opinião, é fundamental para fazer com que ações de coleta seletiva realmente funcionem. “Nós temos que exigir do Poder Público que realize a coleta, mas também precisamos fazer a nossa parte”, afirma.
Cuidado com o planeta
Perez explica que reciclar é uma das formas que temos de cuidar do planeta. Ao separar o lixo de casa e dar o encaminhamento correto, estamos poupando recursos naturais e evitando, por exemplo, a contaminação dos solos ou o acúmulo de lixo nos mares que pode matar animais marinhos.
Recipientes de comida devem ser higienizados
Além de separar, é importante também que recipientes de alimentos sejam limpos, para evitar a propagação de insetos ou outros animais. Para as caixas de papelão, dedique um tempo para desmontá-las. Objetos de metal, como as latas podem ser amassadas para assim facilitar o transporte.
“No momento da compra é que você escolhe o quanto de resíduo vai gerar. O primeiro ato é ter o consumo consciente, além de escolher produtos em embalagens retornáveis ou que tenham menor quantidade possível de material a ser descartado. Quem faz o gerenciamento do lixo é o consumidor. Não adianta só atribuir ao órgão público ou à empresa de coleta”, afirma Antônio de Mello Neto, diretor de operações da Terracom.