Usuários se preparam para as mudanças do 5G no Brasil

Velocidade é, pelo menos, dez vezes superior à do 4G; demanda deve derrubar preço de aparelhos e pacotes

Por: Redação  -  31/07/22  -  20:25
A velocidade do 5G é, pelo menos, dez vezes superior a do 4G
A velocidade do 5G é, pelo menos, dez vezes superior a do 4G   Foto: Ilustração

O voo do sinal do 5G no Brasil começou no dia 5, em Brasília. Foram necessárias 300 antenas pelo tamanho diminuto da cidade. Outras capitais entraram na lista nesta sexta, casos de Porto Alegre, Belo Horizonte e João Pessoa. As próximas previstas são Goiânia, Curitiba, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Além da enorme quantidade de aplicações que o 5G vai ajudar, ainda que contando também com a ampliação da cobertura do 4G, conforme as regras do leilão das frequências, há benefícios causados pelas características do sistema.


A velocidade do 5G é, pelo menos, dez vezes superior a do 4G. A latência – tempo entre o estímulo e a resposta da rede de telecomunicações – é baixa. Há maior densidade de conexões – o número de dispositivos conectados em uma determinada área. A quantidade de dados transmitidos por faixa de espectro eletromagnético é maior. De quebra, há maior eficiência energética dos equipamentos, gerando economia e sustentabilidade.


“Como o 5G tem muita velocidade e os celulares vão ter muita capacidade de transmissão de dados, ele vai ficar menos tempo transmitindo. Então haverá menos uso das antenas naquele período. Isso faz com que economize a energia da bateria do celular. Com isso, os aparelhos com 5G terão bateria com tendência de durar mais que a dos modelos 4G”, explica Basílio Perez, conselheiro da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) e presidente da Federação Latino-Americana e do Caribe das Associações de Provedores de Internet.


Estrutura
A rapidez do 5G também se reflete nas taxas de crescimento da tecnologia no mundo. O 3G levou nove anos para alcançar 500 milhões de usuários. Já o 4G precisou de seis anos. Estima-se que o 5G chegará a essa quantidade na metade do tempo do 4G: três anos. Os aparelhos vão ser caros e o preço dos pacotes deve entrar na mesma espiral no Brasil, mas a demanda irá mudar o quadro.


“Quem tem um aparelho 4G vai continuar desfrutando de todos os serviços que estão disponíveis. Vai demorar um pouco para a pessoa ter a necessidade de trocar de celular. Mas há vários perfis de usuários. Tem alguns que gostam de novidades. Então tem gente que não está precisando, mas já quer o 5G para experimentar. Ao mesmo tempo, vão surgindo as aplicações mais específicas para a nova velocidade. O consumo vai crescendo à medida que o sistema vai sendo implantado”, argumenta Perez.


A estrutura do 5G tem a capacidade de conectar mais de um milhão de dispositivos por km2. Para esse grande salto, a densidade de antenas tem que ser maior. Mas há uma vantagem nesta história, tirando as tecnológicas, embora guarde relação.


“Você vai precisar de cinco vezes mais antenas do 5G do que há no 4G. Vai usar toda a estrutura do 4G e vai ter que botar mais pontos de fixação. Mas não são cinco vezes mais torres. São cinco vezes mais antenas e, principalmente, ondas milimétricas. As antenas são um pouco maiores que duas caixas de sapato juntas. São tão pequenas que vai ser possível colocá-las na fachada do prédio, na banca de jornal ou no poste de iluminação, aproveitando a estrutura”, explica Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel).


Logo A Tribuna