Transporte público aposta na eficiência para atrair passageiros na Baixada Santista
Pandemia causou diminuição drástica no número de passageiros
Um dos gargalos da mobilidade urbana na Baixada Santista está na relação dos usuários com o transporte público de passageiros. Fatores como preço, qualidade do serviço, pontualidade e até mesmo segurança levaram muitas pessoas para aplicativos de transporte, as próprias bicicletas ou mesmo se deslocar a pé. A encruzilhada entre qualidade, eficiência e relevância é o desafio imposto a estes modais.
Para ele, isso significa encontrar formas de custeio extra tarifárias. "Todo ano comparamos a renda média das cidades com as tarifas. E notamos o seguinte: o transporte público rouba boa parte da renda média das pessoas. No Brasil, chega até a 18%, quase 1/5 do salário apenas para ir e voltar. A verdade é que temos vários desafios", pontua.
Presidente da CET-Santos, Antônio Carlos Silva Gonçalves enumera algumas qualidades capazes de fazer o usuário optar pelo transporte público, mesmo em meio a um cenário de queda - segundo ele, antes da pandemia, eram transportados nos ônibus municipais 3 milhões de passageiros/mês. Até o começo deste ano, essa média baixou para 1 milhão/mês, e, atualmente, encontra-se em 1,7 milhão. O "vilão" foi a chegada dos aplicativos de transporte.
"Quando você fala em transporte público, o que leva o cidadão a definir se vai ou não utilizá-lo é a pontualidade do sistema - daí a necessidade de termos corredores de ônibus (em Santos são cerca de 25 km); a segurança e o conforto. Com isso, você consegue atrair os passageiros para estes veículos. Só que, a partir de 2014, a chegada dos aplicativos, que vieram disputar os passageiros com o transporte público, desequilibrou totalmente o sistema", pondera.
EMTU
A EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), que gerencia na Baixada Santista 58 linhas de ônibus intermunicipais que atendem passageiros de Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Praia Grande, Cubatão, São Vicente, Santos, Guarujá e Bertioga, também sentiu o decréscimo no número de passageiros de antes da pandemia, em comparação com os dias atuais. Operadas pela BR Mobilidade, as linhas atenderam 6 milhões de passageiros em outubro de 2019, 3,7 milhões em outubro de 2020 e 4,2 milhões em outubro de 2021.
Por outro lado, a empresa também levou à região o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), com 15 estações e 11,5 km de extensão no trecho Barreiros-Porto. Já o segundo trecho ‘Conselheiro Nébias – Valongo’, em obras, terá 14 estações e 8km de extensão.