Secretário de Cultura de Santos diz que investimento público no setor segue necessário

Rafael Leal diz que o olhar na cadeia produtiva é vital para um retorno mais próximo

Por: Redação  -  08/08/21  -  12:41
 Santos movimentou mais de R$ 4 milhões em editais de auxílio de fomento e auxílio à cultura
Santos movimentou mais de R$ 4 milhões em editais de auxílio de fomento e auxílio à cultura   Foto: Matheus Tagé/AT

Fomentar políticas públicas. Esse é um dever constitucional do Estado que se aplica a várias áreas, inclusive a Cultura. Pois as produções, nas suas mais variadas formas, dependem do Poder Público para sobreviver. E, nos tempos de pandemia, essa ajuda nunca foi tão fundamental. E vai continuar sendo por muito tempo.


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Este é o diagnóstico feito pelo secretário de Cultura de Santos, Rafael Leal, durante o fórum A Região em Pauta. Para ele, o olhar para todos os envolvidos na cadeia produtiva da Cultura foi vital para que todos passassem a “tempestade” e acenando com o retorno, cada vez mais próximo.


“O grande diferencial, para a gente na Cultura, foi que a gente teve que olhar para todos de forma igual. Os profissionais da arte e cultura foram todos especialmente impactados, com exceção de alguns músicos com lives. Diante disso, não conseguimos aferir, de faro, quem trouxe mais demanda”, argumenta.


O secretário lembra que a criação do canal Cultura Santos no YouTube, criado na pandemia e que hoje tem mais de 4 mil inscritos, serviu para a realização de lives e concentrar a produção dos profissionais do segmento na Cidade.


Os shows online foram decisivos para tentar atenuar a sensação de desalento dos profissionais que ficaram sem trabalho de uma hora para outra.


“As lives serviram para arrecadar alimentos que, até hoje, estamos distribuindo. Fizemos um cadastro de famílias impactadas. Não só arte e cultura, mas de entretenimento também. Pessoal “da graxa”, da produção, os carregadores... Conseguimos um cadastro com mais de 400 famílias. Durante a pandemia, só paramos durante o processo eleitoral. A gente entrega um livro e uma cesta básica”, conta Leal.


Segundo ele, com o advento dos editais de auxílio de fomento e auxílio à cultura, com a Lei Aldir Blanc, do Audiovisual, Facult e Hora da Cultura, foram movimentados na economia de Santos mais de R$ 4 milhões. Ele também destaca a entrega de equipamentos importantes, como o reformado Teatro Rosinha Mastrângelo, a fachada do Teatro Guarany, além de obras no Teatro Municipal Braz Cubas.


“Uma coisa é certa: quando voltar ao nosso normal, a gente não vai poder derrapar ou errar. Tem que iniciar logo em seguida, porque está todo mundo precisando urgentemente voltar ao trabalho”, acrescenta.


Presença sem intervenção


O livreiro José Luiz Tahan acredita que é possível ajudar os profissionais da área com seus projetos, mas sem interferir em obras e temáticas adotadas. “Toda lei de incentivo à cultura nunca será terminada. Elas podem ser vivas, no sentido de pensar melhorias. Governo tem que estimular, dar ferramentas para que o provedor de cultura faça cultura. Ela nunca é demais. Temos muito a realizar, não precisamos driblar mais obstáculos do que já enfrentamos”, pondera.


Rafael Leal acredita que uma das razões para o bom funcionamento das políticas públicas no período de pandemia, e acenando para a retomada, foi o bom entendimento com todos os setores.


“Nosso objetivo é a união, o diálogo. Já tínhamos bom contato com a sociedade civil. Mas o processo pandêmico serviu para multiplicar a interação com a sociedade civil organizada. As cidades que não fizeram isso, perderam. Quem ouve mais, erra menos. Conseguimos encontrar muitas soluções graças a essas conversas”, avalia.


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