Quinta geração de internet promete guinada em setores diversos
O 5G foi tema do fórum A Região em Pauta, do Grupo Tribuna
Quando o astronauta Neil Armstrong pisou na Lua, em 20 de julho de 1969, sentenciou que o momento era um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade. As evoluções tecnológicas caminham – sem trocadilho – em um pique responsável por desenhar tantas pegadas em um solo fértil, a ponto de que muitas vezes nem sabemos quais os frutos que vai dar ao ser humano. Mas há os que existem e podem crescer.
Em meio ao que parece um dilema existencial – e é só aparência mesmo -, está o 5G, quinta geração de internet que promete uma incrível guinada em setores dos mais diversos. Não à toa o fórum A Região em Pauta, realizado no auditório do Grupo Tribuna, teve o nome de A Revolução da internet 5G, distribuído em dois painéis, mediados pela jornalista Arminda Augusto, gerente de Projetos e Relações Institucionais do Grupo Tribuna.
No primeiro, intitulado O que é e como funciona o 5G, estiveram presentes Basílio Perez, conselheiro da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) e presidente da Federação Latino-Americana e do Caribe das Associações de Provedores de Internet, e Leandro Vilela, coordenador da Diretoria de Regulação e Autorregulação da Conexis Brasil, entidade que reúne todas as operadoras de telefonia celular do País.
“Vai haver um momento, obviamente, em que o 4G vai abaixar e o 5G vai ser dominante, mas a gente aposta que as outras tecnologias vão continuar sendo usadas por um tempo no Brasil e, principalmente, em alguns locais mais distantes”, afirma Perez.
O 4G também será ampliado, por força do edital do leilão de outorga das frequências. “Eu acho que foi mais fácil a gente sair para o 4G porque estávamos um pouco mais atrás do que o resto do mundo. Já no 5G estamos muito perto do que todos estão fazendo. E o mundo inteiro ainda não sabe o que fazer de novidades”, afirma Leandro Vilela, coordenador da Conexis Brasil.
Conectividade
No segundo painel, Os Impactos no Dia a Dia e nas Cidades, Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), falou sobre a necessidade de mudança nas legislações municipais para permitir a instalação de novas antenas. “As cidades precisam fazer o dever de casa para que possam ter mais conectividade e, dessa forma, que se aproveite as chamadas cidades inteligentes. E isso inclui o serviço público oferecido”, alerta.
O caminho para chegar em cada município passa pelas rodovias, muitas vezes verdadeiros buracos digitais e que poderão ser “pavimentados”. “Quando você traz a conectividade para a rodovia, não está beneficiando só o usuário que passa por ali. Você também está trazendo o benefício para o agronegócio, por exemplo”, exemplifica Afrânio Spolador, diretor de TI da EcoRodovias, holding que reúne diversas concessionárias pelo País, como a Ecovias, responsável pelo Sistema Anchieta-Imigrantes.
A indústria e a educação estão entre os setores brindados com uma tecnologia que vai despertar muito a criatividade de todos. “O 5G é uma tecnologia complementar. Vamos ter mais acesso, mais conectividade e mais velocidade a médio e longo prazos. Cabe a nós tentar descobrir quais outros tipos de aplicações vão consumir toda essa banda. Infelizmente, vai ser aos poucos, em uns cinco ou dez anos. Quem sabe a gente consiga criar novos tipos de aplicações”, afirma Ricardo Pupo, engenheiro de Computação, professor da Fatec em Santos e Praia Grande e sócio-diretor da T2S, empresa de tecnologia e desenvolvimento de sistemas para o setor portuário.