Habilidades humanas são diferenciais para empresas na hora da contratação

Empresas prezam conceitos como ética e atitude

Por: Redação  -  09/05/21  -  22:58
  Para obter colocação no emprego formal, seja na indústria, comércio ou serviços, a dedicação e o histórico profissional são bons termômetros, mas não as únicas competências
Para obter colocação no emprego formal, seja na indústria, comércio ou serviços, a dedicação e o histórico profissional são bons termômetros, mas não as únicas competências   Foto: Matheus Tagé/AT

O que compõe um bom profissional? Experiência? Conhecimentos técnicos? Boas relações interpessoais? Resiliência? Capacidade de adaptação? Na verdade, tudo isso junto, além de outras características. Segundo os especialistas ouvidos no A Região em Pauta, é possível aprimorar qualidades e reparar defeitos, na busca por uma desejada vaga de emprego.


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“Isso conta ponto. E cada vez mais vai contar. Essa parte de diversidade, de inclusão, o olhar mais humano dessa pessoa. Isso mostra algumas características que você utiliza no dia a dia, mas nem percebe. Praticar empatia, ser uma pessoa colaborativa. A partir do momento em que você demonstra isso na adolescência ou início da vida adulta, isso mostra quem você é”, decreta.


“O que a gente busca, mais do que o conhecimento técnico, é a habilidade humana, uma competência comportamental. Noventa por cento das pessoas que se matriculam em algum curso online não finalizam. E 60% nem dão o primeiro clique no material que comprou. As pessoas estão mais preocupadas com o certificado, com o carimbo, mas esquecendo de uma concepção de que o treinamento não te garante o conhecimento, e o conhecimento não te garante o resultado”, argumenta o consultor Guilherme Filgueiras, do Page Group.


Segundo ele, por maior formação técnica que ele tenha, o que faz com que cresça e permaneça na companhia são competências diferentes. Ele detalha as principais, que devem acompanhar um bom profissional: autoconhecimento, atitude e adaptabilidade.


“Sobre o autoconhecimento, é preciso se conhecer, saber onde precisa se desenvolver. Há muita gente preocupada em melhorar o que não faz bem. Mas, se na sua função isso não te atrapalha, o ideal é focar no que já faz bem. A atitude necessária é o que muita gente fala e pouca gente tem, algo importante para resolver problemas, tomar a frente de uma situação, ou o que for. E a adaptabilidade é algo que a gente vê pouco atualmente. Um elemento que as pessoas não desenvolvem de forma tão profunda como deveriam”, enumera Filgueiras.


Ir até o fim


No entanto, Filgueiras faz uma ressalva sobre os profissionais que mostram apenas a “iniciativa de fazer”, sem dar sequência às empreitadas, como cursos, e nem mensurando a importância daquele empenho empregado.


“As pessoas se preocupam com a “iniciativa de fazer” – dar início a um trabalho, mas não ter foco para encerrá-lo. Isso, em qualquer setor, é fundamental. Ter um início, meio e fim. Hoje, no Brasil, três por centro da população fala inglês fluente. Mas somos hoje o Pais que mais oferece e tem alunos cursando inglês. Curioso como as pessoas fazem aquilo e não têm um resultado consolidado. O investimento até de tempo deve ser valorizado por você, não apenas colocado num currículo, mas que seja absorvido também”, ensina.


Idiomas, programas e boa dose de empatia


Dependendo da função, a competência humana vai ser mais importante que seu histórico acadêmico, o conhecimento técnico. E honestidade ao descrever as titulações. Para os especialistas, querer “turbinar” artificialmente o currículo vai certamente jogar contra a pessoa uma eventual contratação.


“Empresas e consultorias fazem esse check up se a sua graduação é válida. Tudo isso vai ser averiguado no momento de uma contratação. Durante a entrevista de uma hora, tem 25 minutos de parte técnica e 35 de comportamental. Na entrevista, se você foi você, está ótimo. A empresa vai te contratar por quem você é, e não quem está se fazendo (passar) ou se comportando. Porque, depois que entrou, aquele cara fantástico na entrevista pode não ser aquilo no dia a dia”, pondera Guilherme Filgueiras.


Ricardo Larguesa reforça a orientação. “Durante um processo seletivo, não adianta nada ser um ator ou uma atriz. Porque você pode criar uma expectativa alta que, no começo da atividade, acaba até criando uma visão ruim sobre sua pessoa por conta da expectativa inicial. E perde a credibilidade”.


Os profissionais partilham da mesma ideia: o conhecimento de idiomas é condição básica para um currículo atraente. Porém, com a pandemia, conhecer o funcionamento de programas de comunicação remota também soma pontos.


“O inglês e, talvez o espanhol, por conta da nossa posição geográfica, passam ser um diferencial grande. Dominar o Microsoft Teams, Google Meet, Zoom, as ferramentas de comunicação que fizeram sucesso durante a pandemia, também. As ferramentas de escritório, como Microsoft Office, a mesma coisa. Hoje, como trabalhamos remotamente, dominar o uso colaborativo delas online é fundamental. Aprender a trabalhar colaborativamente nessas plataformas é, para qualquer área, um diferencial importante”, aponta Guilherme Filgueiras.


Mas tem um elemento humano que pode ser ainda mais importância: a empatia. Experiências pessoais que podem agregar sensibilidade na tomada de decisões.


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