Eficiência calculada em números
Estatísticas mostram pontos positivos e necessidades da política de segurança. Há déficit de pessoal
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O panorama da violência no Estado possui um importante termômetro: as estatísticas sobre ocorrências, divulgadas todo dia 25 pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Com base nos índices, é possível notar avanços ou recuos em determinadas modalidades de crime. E elas não passam despercebidas pelas pessoas que lidam diretamente com o tema.
Já na nossa Região, os pontos positivos destacados pela Secretaria foram a queda nos estupros e roubos de carro no mês de setembro. Em contrapartida, os roubos em geral e de cargas passaram de 12 para 24 e de 891 para 965, respectivamente. Os dois indicadores relacionados a furtos – em geral e de veículos – passaram de 2.497 para 2.597 e de 125 para 273.
Contingente
Outro tipo de dado, porém, revela a situação do quadro funcional da Polícia Militar. Levantamento feito pelo Data Center Brasil revela que de 2011 a 2020, o total de policiais militares ativos (estado) caiu de 88.691 para 81.651, enquanto os inativos cresceram de 46.200 para 66.100.
Além disso, o cenário de gastos do Estado com pessoal inativo da PM mudou bastante de 2011 para cá. Foi de R$ 3,019 bilhões no início da década passada para R$ 10,5 bilhões no ano passado.
Mas há um outro número que preocupa. De acordo com o comandante da PM na região, o défcit de homens na corporação gira entre 300 e 400, ou 18% do total necessário. A situação pode ser, em parte, revertida com um novo concurso público, com previsão de 2.700 vagas para todo o Estado.
“Nós temos perdido esse efetivo. O que a PM tem de planejado é de 89 mil homens no Estado. E, quando a gente fala em efetivo planejado, tem toda uma metodologia para construir esse efetivo (população, IDH, presença de estabelecimentos prisionais). É difícil completar esses quadros. Temos lançado concursos, que selecionam em torno de 17 pessoas em cada grupo de 100. E a gente não pode mexer nos requisitos de entrada dessas pessoas. O policial tem que ter algumas características, que vão ser cobradas deles lá no futuro, e resiliência é uma delas. Tem que ter características psicológicas, físicas, e a parte técnica, depois a gente trabalha”, explica o oficial.
A fala do arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, trouxe novamente à tona a discussão sobre a flexibilização do porte de armas no Brasil. Durante a missa em homenagem à padroeira do Brasil, no último dia 12, ele disse que “para ser pátria amada, não pode ser pátria armada”. Os especialistas que participaram do A Região em Pauta veem com desagrado uma das principais bandeiras do presidente Jair Bolsonaro.
Mesmo as autoridades policiais da Região observam com desconfiança um potencial número maior de armas nas ruas. “Como profissional, a gente leva muito a sério a utilização do armamento. Utilizar nas ruas e nas vias é de muita responsabilidade. E os erros cometidos são irrevogáveis. Se, de cada 120 candidatos, tem 17, 15 aprovados, que vão ser treinados, imagina uma pessoa que tem acesso a uma arma sem preparação”, compara o coronel Cássio Freitas, comandante da Polícia Militar na Região.
Confira os gráficos de Balanço de Homicídios Dolosos (2011/2021) e o de Cenários de Custo e de Pessoal - PM.