Tribuna do leitor: 7 de março de 2022
Hoje com Kayo Amado, Márcia Lia, Rafael Correia, Alexandre de Souza e Marcelo Dias Montero
Prefeito responde
Agradeço a carta do sr. Pedro dos Santos Neto, publicada no domingo, e aproveito para explicar não só a ele, mas a toda a população vicentina que depende do transporte público municipal que o serviço não está sendo oferecido de forma digna desde 2019, quando teve início o contrato com a Otrantur, firmado na antiga gestão. Também me solidarizo com os trabalhadores da empresa, que sofrem com salários atrasados. Para que a população não fosse ainda mais penalizada, oferecemos, por duas vezes, subsídios para que a empresa honrasse os pagamentos dos trabalhadores e equilibrasse sua situação financeira. Com isso, também evitamos aumento da tarifa, que pesaria no bolso da população, e pior, que os ônibus parassem de vez de circular. A greve dos funcionários é legítima, pois não estão recebendo o salário do seu mês de trabalho e, infelizmente, por questões jurídicas, o subsídio precisa ser repassado à empresa e não aos profissionais diretamente, uma vez que o vínculo trabalhista é entre a Otrantur e seus funcionários. Por fim, reitero aqui que estamos fiscalizando, notificando e seguindo todos os passos contratuais que somos obrigados por lei e, ao mesmo tempo, realizando estudos para melhorar a questão do transporte público em São Vicente.
Kayo Amado, prefeito de São Vicente
Mamãe Falei
É lamentável que, em pleno mês dedicado às mulheres, um deputado conhecido por uma das palavras mais femininas do mundo (Mamãe) e que deseja governar 23 milhões de mulheres paulistas tenha dito algo tão perverso contra as mulheres ucranianas – sendo que as mulheres são a parte mais vulnerável em uma guerra. A Assembleia Legislativa de São Paulo precisa agir e os eleitores paulistas não podem se esquecer disso em outubro.
Rafael Correia - Praia Grande
O turismo sexual
Era previsível, mas inadmissível e nojenta, a fala do deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei, acerca das “facilidades” que a Ucrânia oferece para aplacar seus desejos sexuais com “deusas fáceis e pobres”. Era previsível porque o desrespeito às mulheres e aos “pobres”, como pessoas em situação de rua, é marca deste deputado nas suas manifestações públicas. Mas é inadmissível e nojento que ele consiga enxergar em meio à tragédia da guerra uma oportunidade de levar vantagem sobre mulheres em desespero e em total vulnerabilidade. Será preciso mais que notas para materializar a indignação que toma conta de todos nós. Como deputada estadual, vou tomar as providências em conjunto com as deputadas e deputados que também estão indignados com tamanho desrespeito a todas as mulheres, especialmente as que vivem a miséria da guerra. A Assembleia não pode ‘passar pano’.
Márcia Lia - São Paulo
O nicho do nicho
De acordo com a metodologia utilizada pelo Banco Mundial, o setor de serviços corresponde a 62,6% do PIB brasileiro, o setor industrial 18,4%, a manufatura, 9,7% e agricultura apenas 4,4%. Se os fertilizantes que compramos da Rússia e Belarus representam 20% do total que adquirimos de fora, significa que o impacto de não importar destes dois países será de apenas 0,88% em nosso PIB anual. É por conta disso que o Brasil abre mão de uma posição firme na questão da Guerra da Ucrânia, condenando-a, porque o presidente decidiu por sua narrativa junto a um pequeno grupo de apoiadores pessoais. O único lado bom desta história é que provavelmente o apoio que ele terá à reeleição também deve ter um percentual na mesma medida.
Alexandre de Souza - Praia Grande
Irracional
Intrigante o ódio que a extrema direita nutre pela Greta Thunberg, uma garota especial em todos os sentidos. Além de uma jovem com autismo, ela trocou as diversões pueris típicas da idade pela luta por uma causa mais do que nobre, a defesa do meio ambiente. Assim, conquistou fama e respeito mundiais. Mas parece incomodar aqueles que não têm uma causa pela qual lutar. Mais curioso ainda é que esse ódio parte de pessoas que usam este espaço frequentemente para publicar frases feitas de autoajuda e amor ao próximo. Que próximo?
Marcelo Dias Montero - Santos