A palavra convence, o exemplo arrasta
Além da pandemia a ser enfrentada, há uma crise humanitária a ser resolvida, com milhões de pessoas sem ter nem o que comer
Vivemos tempos difíceis. Estamos travando uma guerra contra um vírus que já provocou mais de 7 mil mortes e contaminou mais de 100 mil pessoas, segundo o levantamento divulgado domingo. Ao mesmo tempo, temos uma grave crise humanitária para remediar: sem poder trabalhar, milhões não têm sequer o que comer, o desemprego aumenta e a economia está praticamente paralisada.
Diante deste cenário, enquanto brasileiros veem sua renda despencar, não é justo que a classe política mantenha seus subsídios e benefícios intactos. O mínimo que se espera é que trabalhe e se sacrifique pelo bem da sociedade. Por isso, ainda em março, protocolei na Assembleia Legislativa de São Paulo um projeto de lei para reduzir pela metade os salários dos políticos durante a vigência da pandemia. E comecei a atuar para que o PL fosse votado e aprovado com agilidade para poder levantar a maior quantidade de recursos possível para o combate à Covid-19.
Se o povo sangra, a classe política tem que sangrar junto. Não é justo que assistamos ao avanço da crise sem agir. Por isso batalhei tanto para que o PL avançasse. Outros colegas apresentaram projetos semelhantes. E a Alesp reuniu as ideias em um projeto de resolução amplo que prevê, além da redução salarial, uma série de medidas de contenção de gastos que possibilitam a destinação de R$ 320 milhões, o equivalente a 25% do orçamento do Poder Legislativo para 2020, ao combate do novo coronavírus.
O projeto foi votado e aprovado na semana passada. Além do corte nos salários dos parlamentares, aprovamos a redução nos salários de assessores e funcionários da Alesp e as renegociações de contratos e dos fundos da própria Assembleia.
A medida corta em 30% os subsídios dos parlamentares e 40% das verbas de gabinete. Os servidores que ganham até o teto do INSS (R$ 6.100) não terão redução salarial.
Os recursos que sobrarão dessa economia serão imprescindíveis para ampliar o combate à epidemia em São Paulo, com a compra de mais equipamentos de proteção individual para proteger os profissionais da saúde, de respiradores e para a construção de leitos de UTI. É preciso agir rápido para garantir que a população tenha o atendimento adequado. Precisamos cuidar do nosso povo.
Além deste projeto, continuo atuando na mobilização da sociedade e de doações para atender a quem mais precisa. Trabalhei para conseguir a destinação de R$ 2 milhões, em emendas, para hospitais da Baixada Santista; estou cobrando mais respiradores e leitos de UTI para a nossa região e mobilizando a doação de materiais e recursos por parte da iniciativa privada, que está determinada a ajudar nesse combate. No final de abril, após mobilização do nosso gabinete, a fábrica da Ypê em Amparo doou 2 mil caixas de álcool em gel para distribuir entre hospitais e agentes de segurança da Baixada Santista.
Como um militar que vai para a guerra, ofereço o meu melhor para ajudar a sociedade brasileira a vencer esse vírus. Juntos, somos mais fortes.