Santos tem de acertar logo os atrasados, senão a casa cai
Temporada promissora pode virar frustração caso a dificuldade financeira vire rotina
Ainda estamos em março. A primeira fase do Campeonato Paulista nem chegou ao fim e o Santos volta a ser assombrado por um fantasma histórico na Vila Belmiro: os atrasos salariais.
Nunca é cedo ou tarde demais para ter problemas. O ideal é não enfrentar dificuldades. Contudo, atrasar pagamento logo no começo de uma temporada promissora é preocupante. Principalmente se pensarmos que o Santos contratou um técnico renomado e jogadores que, somados, custaram ao menos R$ 65 milhões, fora comissões de empresários e luvas.
Atraso de salário no Santos é coisa antiga. O clube sempre lutou com muita dificuldade para fechar as contas. Mas, se não der um jeito de pagar o que deve, a coisa não vai funcionar. O bom futebol e os conceitos modernos de Jorge Sampaoli não resistiriam a frequentes contratempos de ordem financeira. O desgaste é insustentável.
Na verdade, o Santos precisa ir além de acertar os atrasados. É necessário transmitir confiança aos jogadores de que a situação não vai se repetir ao longo do ano. Só assim haverá tranquilidade para o desenvolvimento do trabalho.
Agora, o que não dá é para, depois de todos os gastos feitos, descobrir que o cobertor é curto. Outra situação descabida seria fazer os gastos apostando em receitas incertas. Afinal, o que falta entrar nos cofres santistas da venda de Rodrygo ao Real Madrid – cerca de R$ 80 milhões – não é pouco, mas também não garante sono tranquilo ao presidente José Carlos Peres.
Dizem que não existe time vencedor com salário atrasado, mas houve quem contrariasse a regra, como o Corinthians campeão brasileiro de 2015. Mas essa foi uma das exceções que confirmam a regra. Convém não brigar com a lógica.